Um estudo examinou 369 empresas nos Estados Unidos, Canadá e na América Latina.
A segunda edição do relatório examinou empresas nos Estados Unidos, Canadá e América Latina (incluindo o Brasil). Foram consideradas 369 empresas em 10 setores, com base nas 14 recomendações da Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD).
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A TNFD é uma iniciativa global criada pela ONU, em colaboração com as organizações WWF e Global Canopy. O objetivo é orientar empresas e instituições financeiras na identificação, avaliação, gestão e comunicação de seus impactos, dependências, riscos e oportunidades relacionados ao meio ambiente.
Apesar da pouca supervisão direta, o estudo demonstra avanços significativos. Aproximadamente 27% das empresas analisadas já incorporam a biodiversidade em suas estratégias de sustentabilidade.
43% das empresas reportam indicadores ambientais relacionados a questões como água, desmatamento, reflorestamento e espécies ameaçadas.
Leonardo Dutra, sócio-líder de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da EY Brasil, afirma ser positivo ver avanços em áreas como biodiversidade e métricas ambientais, mas ainda estamos longe do nível de governança e transparência que o cenário exige.
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O propósito desta publicação anual é promover a cooperação entre os segmentos e apresentar um panorama do cenário atual dessas divulgações, avaliando seu соответствие com a estrutura da TNFD.
O estudo também aponta uma diferença entre a “cobertura” e o “alinhamento” das divulgações com as recomendações da TNFD.
A maioria das empresas avaliadas indica pelo menos uma recomendação (com um aumento de 87% em comparação com 2023), porém as pontuações de alinhamento – que avaliam a qualidade e a consistência das informações – apresentam resultados inferiores (19% contra 75% de abrangência).
América Latina apresenta um aumento notável na cobertura (89%) e no alinhamento (27%), motivado pelo crescente reconhecimento do capital natural.
Empresas do setor mineral e de processamento de minerais são as principais responsáveis pelas divulgações ambientais, abrangendo 91% dos casos e apresentando 27% de alinhamento.
A ênfase no setor de extração e processamento de minerais nas divulgações sobre a natureza pode ser consequência da forte pressão por transparência e iniciativas ativas, afirma Dutra.
As indústrias de alimentos e bebidas ocupam a segunda posição, com 88% de abrangência e 24% de convergência, motivadas pela complexidade de suas redes de fornecimento e novas regulamentações, incluindo as propostas pela União Europeia.
O setor de serviços financeiros registrou as menores classificações, com apenas 26% de cobertura e 8% de alinhamento. Dutra destaca que as resoluções do Banco Central e do ISSB para este setor concentram-se mais na questão climática, que, embora relacionada, é distinta da biodiversidade e da natureza.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.