Governador, prefeito e CV: PF realizam cinco grandes operações nesta quarta
Ações que ocorrem na mesma data não possuem ligação umas com as outras.

A Polícia Federal realizou cinco operações simultâneas na quarta-feira (3), levando ao afastamento do governador do Tocantins e resultando em 43 prisões em diversos estados e no exterior.
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As operações são realizadas no mesmo dia, porém não há ligação entre elas.
As ações visam combater desde braços políticos de facções criminosas e desvio de verbas públicas até o tráfico internacional de pessoas e lavagem de dinheiro, registrando um dia de intensa mobilização policial em todo o país.
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A Operação Zargun visa o setor político da facção CV (Comando Vermelho) no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, lideranças do Comando Vermelho no Complexo do Alemão mantinham contato com um delegado da PF, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual, além de um deputado estadual. Hoje, uma operação da FICCO-RJ, composta pela Superintendência de Polícia Federal, Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e Ministério Público Estadual, prendeu o deputado estadual TH Joias (MDB) por ligação com a facção.
A Operação Famés-19, que investiga o desvio de recursos destinados ao combate à Covid-19, durante a pandemia, incluindo verbas parlamentares para a compra de cestas básicas, afastou o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos).
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A Operação Cassandra desmantelou uma rede de tráfico humano com atuação no Brasil e na Irlanda, envolvendo os estados brasileiros de Santa Catarina, com mandados em Florianópolis, São José, Camboriú, Biguaçu e Palhoça. Em São Paulo, havia mandados na capital, Franca (SP) e Barueri (SP), além das capitais fluminense, paranaense, mineira e mato-grossense.
O prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB), foi objeto da Operação Paroxismo, que apura fraudes em licitações hospitalares.
A Operação Sintonia Fina executa mandatos de prisão contra o crime organizado em várias cidades de Pernambuco, além de Campo Grande (MS) e Itanhaém (SP).
A operação Zargun e Bandeirantes.
No Rio de Janeiro, duas operações simultâneas, Zargun e Bandeirantes, visavam uma estrutura que funcionava como braço político e financeiro da facção CV (Comando Vermelho).
Compreenda: Investigação prende integrante do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, com apoio de deputado e policiais.
A Operação Zargun, conduzida pela PF, investigou um esquema de corrupção envolvendo lideranças do CV no Complexo do Alemão com diversos agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares, um ex-secretário municipal e estadual, além de um deputado estadual.
O CV se infiltrou na administração pública para assegurar impunidade, obter acesso a informações sigilosas e facilitar a importação de armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, que eram revendidos até para facções rivais.
Na operação, foram executados 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, com o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e valores, além da suspensão das operações de agentes públicos e empresas utilizadas para lavagem de dinheiro.
Alessandro Pitombeira Carassena, que já ocupou cargos de secretário estadual e municipal do Rio, foi preso na operação. Entre os presos também estão três policiais militares e um delegado federal, detidos no Aeroporto Internacional do Galeão. Até a última atualização, o balanço apontava para 14 presos no total.
A Operação Bandeirantes, conduzida pela FICCO-RJ (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), culminou com a prisão do deputado estadual TH Joais, que é acusado de intermediar a compra e venda de drogas e armas.
O deputado Thiago Duarte foi preso em operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
O assessor na Alerj, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, conhecido como “Dudu”, e o traficante Gabriel Dias de Oliveira, vulgo “Índio do Lixão”, também foram presos. A operação também visou chefes do CV como Luciano Martiniano da Silva, vulgo “Pezão”, e Edgar Alves de Andrade, vulgo “Doca”. Foram cumpridos 4 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão.
Operação Famas-19
A PF e o STJ promoveram a segunda fase da Operação Fames-19 em Brasília e no Tocantins, levando ao afastamento do governador Wanderlei Barbosa, por ordem do Superior Tribunal de Justiça.
A investigação apura fraudes e desvio de recursos destinados ao combate à Covid-19, abrangendo valores provenientes de emendas parlamentares para a compra de cestas básicas e frangos congelados.
A estimativa de prejuízo pela Polícia Federal ultrapassa os 73 milhões de reais, em contratos de 97 milhões de reais, com recursos aparentemente escondidos em investimentos em propriedades de alto padrão, aquisição de gado e gastos pessoais.
Aproximadamente 200 policiais federais executaram 51 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares, em Tocantins, Distrito Federal, Paraíba e Maranhão.
Operação Cassandra
A Polícia Federal, em operação de cooperação internacional com a Europol e a polícia irlandesa, deu início à Operação Cassandra para desmantelar uma rede transnacional de tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro.
Desde 2017, o grupo atraía brasileiras com falsas promessas de melhores condições de vida, transportando-as ilegalmente para o exterior para exploração sexual em 14 países, entre eles Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido.
As investigações indicam que pelo menos 69 mulheres foram vítimas, e a organização arrecadava aproximadamente R$ 5 milhões anualmente, ou R$ 700 mil por mês, com o esquema criminoso.
A lavagem de valores ocorria por meio de empresas de fachada, bens, imóveis, fundos de investimento e criptoativos. Foram executados 5 mandados de prisão preventiva no Brasil, em Santa Catarina e Rio de Janeiro, e 3 na Irlanda, além de 30 mandados de busca e apreensão em sete estados brasileiros e na Irlanda.
Operação Paroxismo
Na Amazônia, a Operação Paroxismo apura um esquema fraudulento de licitações referente às obras do Hospital Geral Municipal de Macapá, um contrato no valor de R$ 69,3 milhões.
O prefeito de Macapá, Dr. Furlan, e a secretária municipal de Saúde foram alvo de mandados de busca e apreensão. A Polícia Federal aponta indícios de direcionamento de licitações, desvio de recursos e pagamento de propinas, com um dos investigados retirando R$ 9 milhões em dinheiro, provenientes do esquema.
Foram cumpridos treze mandados de busca e apreensão em Macapá (AP) e Belém (PA).
Sintonia Fina
A FICCO/PE (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco) iniciou a Operação Sintonia Fina para desmantelar um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo, homicídios e lavagem de dinheiro.
As investigações, iniciadas em 2024, demonstraram uma intensa atividade criminosa violenta na capital, região metropolitana e interior de Pernambuco, identificando a estrutura de comando da organização mesmo após a prisão de seu principal líder em 2024.
A operação levou à execução de 21 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão em várias cidades de Pernambuco, Campo Grande (MS) e Itanhaém (SP), além do bloqueio de valores e o sequestro de bens dos investigados.
A CNN busca contato com os citados nesta matéria. O espaço permanece aberto.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.