A oposição deixa a reunião insatisfeita, sem acordo com os líderes; os governistas aliviam-se, e o Planalto deseja votar rapidamente a isenção do IR.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), procura restabelecer a imagem de liderança em frente à Casa após a ocupação do plenário pela oposição na semana passada e indicou que não dará prioridade a nenhuma das pautas defendidas pelos aliados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na terça-feira (12), Motta desatendeu as demandas da oposição e não incluiu na pauta do plenário nenhuma das prioridades do partido. O PL (Partido Liberal) busca implementar o fim do foro privilegiado, o que levaria os parlamentares a deixar a tribuna do STF (Supremo Tribunal Federal).
Até o momento, não existe acordo entre os líderes da casa. Também não há perspectiva real para a anistia dos envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A oposição buscava a votação dessas matérias em troca da desocupação do plenário na semana passada. Contudo, essa negociação passou por Arthur Lira (PP-AL) – não Motta, que nega qualquer acordo e almeja restaurar sua imagem diante da Câmara. Se atendesse à vontade da oposição, haveria uma desmoralização do presidente. Em pronunciamento nesta terça, Motta enviou uma mensagem de que não se voluntaria a atender aos interesses dos bolsonaristas.
Hoje na reunião de líderes também pude anunciar uma série de prioridades que desejamos implementar, como a PEC da segurança pública, Plano Nacional de Educação, reforma administrativa, isenção do Imposto de Renda, regulamentação da Inteligência Artificial, regulamentação do trabalho por aplicativo e também o combate às fraudes do INSS.
Estas ações serão priorizadas ao lado de diversas outras que esta presidência considera fundamentais para o país, assim como as prioridades que serão trazidas pelas lideranças partidárias no foro adequado, que é o Colégio de Líderes desta Casa. Prosseguiremos sempre com muito diálogo e equilíbrio. O Brasil não pode parar.
A questão foi mencionada por Motta, mas o Planalto acompanha o andamento da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Defensores da medida querem que ela seja votada na Câmara até a próxima semana. O tema é uma demonstração eleitoral para o governo Lula nas eleições de 2026. Contudo, o modelo para compensar a perda de receita permanece em análise. O relator, Arthur Lira, ainda apresentará um parecer e não se compromete com um prazo definido.
Caso venha com a CSLL, vote em setembro. Se não vier, só vote em dezembro.
Espera-se que Motta se reúna com Gleisi Hoffmann, ministra responsável pela articulação política do Palácio, e líderes aliados a Lula nesta quarta (13) – e que em seguida haja uma maior definição sobre as pautas governistas neste segundo semestre.
Diante da demanda pública, a Câmara se concentra no enfrentamento da “produção de conteúdo adulto” com menores de idade na internet, visando proteger crianças e adolescentes da exploração de material inadequado online.
Será formado um grupo de trabalho para avaliar os projetos relacionados ao tema. No entanto, o assunto enfrenta resistência da oposição e de parte do Centrão devido ao que consideram uma possível regulamentação das grandes empresas de tecnologia e censura prévia nas redes sociais.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.