Governador da Califórnia afirma que tropas de Trump estão sem alimentos e água

Gavin Newsom (democrata) declarou que membros da Força Nacional não têm ocupação e estão deitado.

10/06/2025 4:55

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Governador da Califórnia afirma que tropas de Trump estão sem alimentos e água
(Imagem de reprodução da internet).

O governador da Califórnia, Gavin Newsom (Partido Democrata), criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), pelo envio de tropas da Guarda Nacional para Los Angeles para conter os protestos contra as operações de repressão à imigração. Na noite da segunda-feira (9.jun.2025), Newsom publicou fotos de soldados dormindo no chão em seu perfil no X (ex-Twitter) e escreveu, dirigindo-se ao republicano:

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Você enviou suas tropas aqui sem combustível, comida, água ou um local para dormir. Aqui estão eles “forçados a dormir no chão, um por cima do outro. Se alguém está tratando nossas tropas de maneira desrespeitosa, esse alguém é você.”

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Na segunda-feira (9.jun), a Casa Branca reforçou a resposta às manifestações, que completaram seu 4º dia consecutivo, destacando o envio de 2.000 tropas adicionais e 700 Marines (fuzileiros navais). Esses soldados somam-se aos 2.000 já anunciados no sábado (7.jun), quando o presidente assinou um memorando ordenando a intervenção.

A federalização da Guarda Nacional de um estado sem o pedido do governador é uma medida incomum, que não ocorreu nos EUA desde 1965, quando o então presidente Lyndon Johnson (Partido Democrata, 1963-1969) enviou soldados ao Alabama para proteger manifestantes que protestavam pelos direitos civis.

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A decisão de Trump gerou uma disputa entre a Califórnia e a Casa Branca. Newsom classificou a medida como “ilegal” por violar a “soberania estadual” e prometeu entrar com uma ação na Justiça contra o governo federal.

Segundo especialistas citados pelo jornal The New York Times, o emprego de Marines da ativa no território dos Estados Unidos também é incomum. Tradicionalmente e por lei, as forças armadas americanas atuam nos EUA apenas em situações muito específicas.

Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, declarou, em comunicado oficial na noite de segunda-feira (9 de junho), que a decisão de enviar mais soldados da Guarda Nacional foi tomada “por ordem do presidente”, conforme noticiado pelo New York Times.

O governador informou no X que Trump está enviando mais 2.000 soldados da Guarda para Los Angeles. Os primeiros 2.000 não receberam comida ou água. Apenas cerca de 300 estão mobilizados, o restante está sentado, sem uso, em edifícios federais, sem ordens.

Não se trata de segurança pública. Trata-se de alimentar o ego de um presidente perigoso. Isso é imprudente, sem sentido e desrespeitoso com nossas tropas, acrescentou.

O governador afirmou que a mobilização de tropas complementares ocorreu após as autoridades municipais comunicarem que os protestos na segunda-feira (9.jun), que ocorreram em frente ao Edifício Federal em Los Angeles, seguiram de forma pacífica.

Desde o início dos protestos, em 6 de junho, Trump tem utilizado o termo “insurrecionistas” para se referir aos manifestantes.

Trump declarou em publicação na rede Truth Social que “multidões violentas e insurrecionais” estão atacando “agentes federais” para tentar impedir as operações de deportação.

Na segunda-feira (9.jun), contudo, o presidente adotou um tom mais brandido ao comentar a situação em Los Angeles, afirmando que ela estava “seguindo o rumo errado, mas agora está no caminho correto”.

Os manifestantes protestam contra as ações do ICE (Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA). Segundo o DHS (Departamento de Segurança Interna), as recentes operações do ICE em Los Angeles resultaram na detenção de 118 imigrantes.

Vídeos que circularam nas redes sociais no fim de semana registraram diversos veículos em chamas nas ruas de Los Angeles, além de forças de segurança lançarem gás lacrimogêneo e jatos d’água para dispersar os manifestantes. Ocorreram confrontos e aproximadamente 60 indivíduos foram presos.

Aprofunde-se nos protestos em Los Angeles:

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.