Goldman Sachs Atualiza Recomendações para Bancos Brasileiros
Com a aproximação da temporada de resultados, o Goldman Sachs fez uma alteração significativa em suas recomendações para os principais bancos do Brasil, impactando o mercado financeiro. Em um relatório, a equipe liderada por Tito Labarta elevou a classificação do Bradesco de venda para neutro, enquanto rebaixou o Santander para ‘sell’. O banco destacou que o retorno sobre patrimônio (ROE) atingiu o pico de 17% no primeiro trimestre e deve voltar a esse nível apenas no final de 2027.
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Os analistas observaram que a carteira de crédito permaneceu estável no segundo trimestre de 2025 e deve crescer menos que as do Bradesco e do Itaú no terceiro trimestre. O Goldman Sachs prevê um lucro abaixo do esperado para os próximos dois anos, com espaço para revisões no consenso, principalmente devido à expectativa de um crescimento mais lento nas linhas de crédito mais rentáveis, além de provisões maiores e uma margem líquida mais pressionada.
Desempenho das Ações
Por volta das 11h10, as units do Santander apresentavam uma queda de 1,66%, figurando entre as maiores baixas do Ibovespa. Em contrapartida, as ações do Bradesco se destacavam em alta: BBDC4 subia 1,36% e BBDC3, 1,31%. O desempenho do Bradesco surpreendeu positivamente o Goldman, que destacou uma geração de capital melhor do que a esperada e um ROE em recuperação gradual.
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O ROE do Bradesco, que estava em 9,6% em 2023, deve encerrar o ano em 14,6%, reduzindo a diferença em relação ao Santander. A estratégia do banco de focar na originação de linhas com garantias públicas, como o Pronampe e o PEAC-FGI, além da diminuição da carteira renegociada, que representa 4% do total, traz mais segurança aos analistas.
Perspectivas para Outros Bancos
O preço-justo estimado para o Bradesco nos próximos 12 meses é de R$ 17, alinhado com a cotação de fechamento anterior. O Itaú Unibanco continua a ser o destaque do setor, com um ROE projetado em 24% para este ano, o que justifica a recomendação de compra, mesmo com um prêmio de valuation em relação aos concorrentes.
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O preço-alvo de R$ 43 para o Itaú considera um múltiplo de 9,1 vezes o lucro, comparado a 6,2 vezes para o Bradesco e 6 vezes para o Santander. O Goldman também prevê um terceiro trimestre desafiador para o Banco do Brasil, devido ao período de pagamentos da carteira rural, onde estão concentrados muitos dos problemas do banco. No entanto, a recomendação permanece ‘neutra’, pois os riscos já estão precificados com a queda do BB no ano, que está sendo negociado a 0,6 vezes seu valor patrimonial.