Gilmar declara que voto de Fux é “prenhe de incoerências”
O presidente do Supremo Tribunal Federal afirmou que sua presença na sessão que condenou Bolsonaro e outros réus demonstra que “estamos unidos e precisa…

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes expressou discordância em relação ao voto do colega Luiz Fux na Primeira Turma da Corte no julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus.
Considero, contudo, que o voto do ministro Fux contém inconsistências – afirmou o decano do STF nesta segunda-feira (15), após evento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em São Paulo.
Considero que, caso não tenha ocorrido golpe, não deveria ter havido condenação. Julgar o Cid e o Braga Netto e excluir todos os demais parece uma contradição nos próprios termos, afirmou.
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Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens presidenciais), o general da reserva Walter Braga Netto (ex-candidato a vice de Bolsonaro em 2022) e demais acusados foram condenados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes relacionados a um plano de golpe contra o resultado da eleição presidencial de 2022.
Fux votou pela absolvição de todos os réus, exceto Braga Netto e Cid, para quem o ministro defendeu a condenação pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, um dos cinco imputados a todos os envolvidos na ação.
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Gilmar não integra a Primeira Turma do STF, formada por cinco ministros. Contudo, na quinta-feira (14), quando a Turma julgou e um dia após o voto de Fux, o decano da Corte compareceu pessoalmente à sessão do colegiado.
A presença dele representou um ato de união para a Corte. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também participou da sessão, proferindo um discurso ao final das atividades.
“Nós estamos unidos e é preciso que permaneçamos unidos diante desses desafios”, afirmou Gilmar.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.