A suspensão do visto para os Estados Unidos (documento necessário para viajar ao país norte-americano) não parece ter incomodado os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso se reflete na atitude do decano da Corte, Gilmar Mendes, que comentou sobre o assunto, divertindo colegas de Tribunal.
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O incidente ocorreu na quarta-feira, 6, durante o lançamento do livro Jurisdição Constitucional da Liberdade para a Liberdade, de Gilmar. O ministro se emocionou ao ler um discurso e, em seguida, proferiu uma fala que parecia espontânea.
Luís Roberto Barroso, que acompanhava o discurso de perto, mencionou “desafios institucionais” enfrentados pelo Supremo em meio ao golpismo da extrema-direita, que, segundo o ministro, poderia ter derrotado o Estado de Direito no Brasil. Ele, então, emendou a piada:
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“Eu poderia estar contando [essa história] em Roma, em Paris, em Lisboa… Agora não em Washington, né?”, disse, sorrindo. Barroso e os ministros Flávio Dino e Edson Fachin, também presentes, deram risada. A ironia foi aplaudida pelo público que participava do lançamento.
poderíamos estar narrando a história de um fracasso. Do esvaziamento do Estado de Direito. Mas, neste momento, nesses espaços, estamos relatando a celebração, a vitória, o exercício da jurisdição constitucional na defesa da democracia, encerrando-se, sob mais aplausos.
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Trump intensifica retaliações.
Gilmar, Barroso, Dino e Fachin encontram-se na lista de ministros do Supremo que não podem viajar aos EUA desde o dia 19 de julho, quando o governo de Donald Trump suspendeu os vistos deles, considerados “aliados” de Alexandre de Moraes, visto como “inimigo” do regime trumpista por suposta “perseguição” a Jair Bolsonaro (PL).
A lista inclui ainda a ministra CÃ rmen Lúcia e os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Os únicos integrantes do Supremo âpoupadosâ foram Kassio Nunes Marques e André Mendonça, ambos indicados à Corte por Bolsonaro, e Luiz Fux, que se tornou uma espécie de âúltima esperançaâ bolsonarista no STF.
Fonte por: Carta Capital