Geleiras em todo o mundo perderam 40% de sua massa, aponta estudo

Estudos indicam que os impactos do aquecimento global sobre essas estruturas são irreversíveis.

02/06/2025 18:59

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Geleiras em todo o mundo perderam 40% de sua massa, aponta estudo

Um estudo recente indica que as geleiras do planeta encontram-se em situação crítica, com cerca de 40% de sua massa já perdida, mesmo que o aumento das temperaturas globais interrompa-se imediatamente.

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Estudos indicam que as geleiras deverão perder 39% de sua massa em comparação com 2020, uma tendência já irreversível e que provavelmente contribuirá com um aumento de 113 milímetros no nível global do mar.

A perda atingirá 76% se o mundo persistir nas políticas climáticas atuais, que dificilmente evitarão o aquecimento global acima de 1,5 grau Celsius, conforme estudo publicado na revista Science.

Este cenário final pode ser catastrófico para países que dependem da água do degelo das geleiras para irrigação, geração de energia e abastecimento.

A diferença entre se adaptar à perda de geleiras e não ser capaz de fazê-lo é um mundo com 39% de perda de massa glaciar, afirmou James Kirkham, glaciologista da Iniciativa Climática da Criosfera Internacional, à CNN.

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Apesar do diagnóstico preocupante, os autores do estudo buscam transmitir uma mensagem de esperança, declarou Lilian Schuster, pesquisadora da Universidade de Innsbruck, na Áustria, que co-liderou a pesquisa.

Com o estudo, buscamos demonstrar que a cada décimo de grau a menos de aumento da temperatura global, é possível conservar mais gelo glacial, afirmou ela à CNN.

Cerca de 200 nações se comprometeram a colaborar no Acordo de Paris de 2015 para restringir o aquecimento global. Os países asseguraram-se de que o aumento da temperatura seja inferior a 2 graus Celsius em comparação com os níveis pré-industriais, e, se possível, abaixo de 1,5 grau. Cada nação é responsável por elaborar seus próprios planos para atingir essas metas.

Atualmente, as temperaturas seguem em ascensão, e o planeta se encaminha para atingir até 2,9 graus de aquecimento até 2100. O estudo prevê que cada aumento adicional de 0,1 grau entre 1,5 e 3 graus resulte na perda de mais 2% da massa global de geleiras.

“Não somos ativistas, é a ciência que está falando”, disse Harry Zekollari, pesquisador da Vrije Universiteit Brussel, na Bélgica, e da ETH Zurique, na Suíça, que também co-liderou o estudo.

Às vezes, ouvimos comentários como “vocês são alarmistas e estão assustando as pessoas”. E eu digo: “Estou apenas transmitindo o que os dados dos nossos modelos computacionais mostram”.

Este estudo “notável” é “um dos trabalhos mais relevantes sobre geleiras realizadas nesta década”, declarou Kirkham, que não integrou a pesquisa, mas apresentou quanto maior o aquecimento, mais massa glaciar será perdida.”

Para Zekollari, as incertezas nos resultados indicam que “ainda há muito a ser feito em relação à comparação dos diversos modelos”.

Esses efeitos também variam de região para região, dependendo da exposição de cada geleira às mudanças climáticas, concluiu o estudo.

As geleiras do oeste do Canadá e dos Estados Unidos, do nordeste do Canadá, da Escandinávia e do Ártico russo estão entre as mais ameaçadas.

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Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.