Gastos do Governo Federal em Auxílios Sociais Durante a Pandemia Chegam a R$ 1,438 Trilhão
Governo federal investiu R$ 1,438 trilhão em auxílios sociais durante a pandemia, com destaque para o Auxílio Emergencial e o BPC, revelam dados da CNN Brasil.
Gastos do Governo Federal em Auxílios Sociais Durante a Pandemia
Desde o início da pandemia de Covid-19, o governo federal desembolsou R$ 1,438 trilhão em auxílios sociais, conforme levantamento da CNN Brasil com dados do Ministério do Desenvolvimento Social. Esse total inclui repasses do Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil, Bolsa Família e BPC (Benefício de Prestação Continuada).
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O maior aumento nos gastos ocorreu entre 2019 e 2020, quando os valores saltaram de R$ 86,6 bilhões para R$ 365,5 bilhões, um crescimento de quatro vezes. Isso se deve à criação do Auxílio Emergencial pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), destinado a apoiar aqueles afetados pelas restrições da crise sanitária.
Redução e Retorno dos Repasses
No ano de 2021, os repasses diminuíram, mas ainda assim foram duas vezes superiores aos de 2019, totalizando R$ 159,1 bilhões. Em 2022, os valores voltaram a crescer com a implementação do Auxílio Brasil, que elevou o benefício para R$ 600. Os candidatos à Presidência no segundo turno das eleições de 2022 prometeram manter esse valor, e o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez isso por meio da PEC da Transição.
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Consequentemente, as despesas com auxílios sociais aumentaram novamente em 2023. Murilo Viana, especialista em contas públicas, comentou que a estratégia de ação emergencial durante a pandemia resultou na expansão dos valores transferidos, com flexibilização de várias métricas de controle de benefícios.
Impactos Econômicos e Desafios Fiscais
Especialistas alertam que a alta nos gastos sociais pode engessar a economia. Atualmente, cerca de 96% do Orçamento é composto por despesas que o governo não controla, limitando espaço para investimentos e dificultando o crescimento econômico. Viana destacou que o Brasil enfrenta uma crise fiscal prolongada, com déficit primário e crescente endividamento.
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Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, defende que a responsabilidade social do governo não deve ser incompatível com a responsabilidade fiscal. Ele sugere que o combate às fraudes nos benefícios sociais é um passo inicial importante.
Segundo ele, muitas fraudes ocorrem devido à falta de modernização do governo.
Fraudes no BPC
Gabriel Barros estima que o governo poderia cortar pelo menos R$ 20 bilhões em gastos orçamentários ao combater fraudes. O BPC é o auxílio que mais preocupa nesse aspecto. Os dados mostram um aumento significativo nos gastos com o BPC nos últimos anos:
Viana conclui que o BPC apresenta um nível de fraudes superior em relação a outros programas, e que a situação está fora de controle, em parte devido a critérios muito flexíveis para classificar problemas de saúde.
- Auxílio Emergencial: R$ 372 bilhões
- Auxílio Brasil: R$ 126,7 bilhões
- Bolsa Família: R$ 468,9 bilhões
- BPC: R$ 456,3 bilhões
- 2018: R$ 52.583.300.326,72
- 2019: R$ 55.525.470.397,81
- 2020: R$ 58.424.833.664,03
- 2021: R$ 61.912.909.944,70
- 2022: R$ 70.935.787.252,14
- 2023: R$ 85.112.213.507,27
- 2024: R$ 102.269.367.070,43
- 2025: R$ 87.371.446.266,72
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.












