Galípolo afirma buscar inflação de 3% sem o bônus do concurso “Miss Simpatia”
O chefe do Banco Central, Galípolo, afirmou que a taxa Selic de 15% ao ano é um compromisso da autoridade monetária e uma responsabilidade da instituição.

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta 3ª feira (8.jul.2025) que é obrigação da autoridade monetária adotar medidas para buscar o centro da meta de inflação, de 3%, e não o teto do intervalo, de 4,5%. Declarou saber que, ao subir a taxa Selic para 15% ao ano, não obterá o prêmio de “miss simpatia”, mas que está “tranquilo” por fazer o esforço necessário para cumprir o objetivo inflacionário.
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Tenho plena consciência de que, ao estabelecer a taxa de juros em 15%, dificilmente eu e meus colegas do Copom (Comitê de Política Monetária) venceremos o torneio de miss simpatia do ano de 2025. No entanto, estou muito tranquilo, sabendo que estou cumprindo a meta, perseguindo a meta, e tenho absoluta convicção de que esse é o papel do Banco Central.
O chefe do Banco Central declarou existir um decreto que define uma meta de 3% e que a margem de tolerância visa absorver “choques temporários externos e exógenos”. Acrescentou: “A meta é: coloque a taxa de juros em um patamar restritivo suficiente pelo período que for necessário para atingir a meta de 3%”.
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O Copom defendeu a postura inflexível e persistente que o Banco Central adota para atingir a meta de inflação. Afirmou que o decreto é um compromisso e não lhe compete, como presidente da autoridade monetária, suavizar as exigências.
Afirmar que se persegue a banda superior da inflação implica ter maior tolerância com a inflação. Maior tolerância com a inflação significa que um país está confortável com a sua moeda perder mais valor ao longo do tempo.
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O Banco Central do Brasil é uma instituição essencial para a estabilidade financeira e o bom funcionamento da economia brasileira. Sua atuação abrange a política monetária, a regulação e supervisão do sistema financeiro, além do papel de guardião da moeda. A instituição opera com autonomia e independência, garantindo a solidez do sistema financeiro e a confiança dos mercados.
Galípolo afirmou que seu objetivo é fortalecer a institucionalidade. Declarou que o presidente do Banco Central não pode definir se a autoridade monetária vai perseguir mais ou menos a meta de inflação.
Para ele, é preciso ter rigidez, porque, sem isso, o BC vai sugerir a sociedade que há “flacidez institucional” ou que entrou em vigor mais uma “lei que não pegou”. Galípolo afirmou que um país estável e desenvolvido depende da confiabilidade das instituições.
Ele manifestou grande satisfação no momento em que se defendeu que os investidores no Brasil e as empresas que operam no país deveriam dar mais importância aos nomes dos membros do Comitê de Política Monetária e mais atenção ao arcabouço institucional da política monetária. A declaração foi recebida com aplausos pelos parlamentares presentes à reunião.
Política monetária
O Banco Central elevou a taxa Selic para 15% ao ano visando controlar a inflação, que se encontra fora do limite estabelecido pela meta por oito meses, registrando 5,32%. As diretrizes do CMN (Conselho Monetário) preveem que a inflação não pode exceder o intervalo determinado por mais de seis meses, sendo o descumprimento desse objetivo inflacionário considerado uma falha.
O Banco Central já informou que não cumprirá a meta de inflação em junho, após completar um ciclo de seis meses consecutivos acima do limite estabelecido no novo regime de meta. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicará o resultado na quinta-feira (10.jul), às 9h.
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O Banco Central deverá publicar uma justificativa para eventuais falhas na meta de inflação. Isso será realizado por meio de uma anotação no Relatório de Política Monetária e em uma carta aberta ao Ministério da Fazenda. Esse documento deverá conter:
Galvão afirmou que será o primeiro presidente do Banco Central a assinar duas cartas pelo descumprimento do objetivo inflacionário em menos de seis meses. A última foi divulgada em janeiro deste ano, com a inflação em 2024 registrando 4,83%, último ano em que a meta foi aferida pela taxa anual do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Canais de política monetária
O Galúpô reiterou que os canais de transmissão da política monetária do Brasil estão obstruídos por subsídios cruzados que carecem de lógica ou apresentam baixo custo-benefício, devido à distorção gerada no sistema financeiro.
Ele declarou que a economia brasileira acumulou distorções que causaram o bloqueio dos canais da política monetária. Indicou não existir uma solução simples, e que são necessárias várias ações para equilibrar a economia.
Galpolo afirmou que cabe ao Banco Central esclarecer como essas medidas em vigor geram impacto.
O chefe do Banco Central considera que a eficácia dos meios de transmissão da política monetária não está sendo tão intensa como em outros países. Assim, seria necessário aplicar uma “dose maior” para alcançar o mesmo resultado que uma taxa de juros inferior em outra nação, o que explicaria a Selic elevada.
Galpolo afirmou que economistas internacionais se mostram estranhos com a taxa tão elevada do Brasil, que permite ter uma economia dinâmica, com taxa de desemprego próxima do mínimo histórico e recorde de nível de renda.
Ele considerou a economia como um besouro, que contorna as leis da física. “Não conseguiria voar, mas voa”, afirmou Galpolo. Para ele, a economia brasileira se adaptou e tornou comum a coexistência de distorções.
Comunicação do Banco Central
Conforme Galípolo, a comunicação do BC é uma ferramenta essencial para que a política monetária tenha poder de levar a inflação à meta. Ele reiterou que a transparência ampliou a comunicação e esta ganhou mais “peso”.
Galopo declarou que o BC também ampliou o diálogo com os cidadãos para esclarecer sobre serviços e evitar que a população caia em golpes.
Emergiram outras dimensões da atuação da política do Banco Central que exigem outros canais de comunicação.
Ele afirmou que a linguagem do Banco Central está direcionada para a vida diária dos brasileiros. Declarou que a equipe técnica da autoridade monetária é altamente qualificada para este tipo de trabalho de comunicação com o público.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.