O presidente nacional do PDT assegura: não abandonou a intenção de manter Ciro Gomes no partido, mesmo com os indícios de um relacionamento entre o ex-presidenciável e o PSDB.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Se depender de mim, Ciro não sai”, disse Lupi em entrevista à CartaCapital, sugerindo caminho aberto para uma nova candidatura presidencial do ex-governador do Ceará pelo partido. “Ciro me disse reiteradas vezes que não é candidato a nada. Eu disse a ele: ‘você não é candidato a nada, mas pode ser tudo’.”
Em 2022, Ciro obteve 3% dos votos e classificou-se em quarto lugar. Ele já havia concorrido à Presidência em outras três eleições: em 1998, pelo PPS, com 11% dos votos; em 2002, também pelo PPS, com 12%; e em 2018, já pelo PDT, com 12,5%.
LEIA TAMBÉM!
Mesmo que Ciro decida se candidatar novamente à Presidência, Lupi afirma que é preciso verificar se há espaço para outra candidatura de centro-esquerda diferente a de Lula.
Se a eleição ocorresse hoje, entre Lula e o esquema de Bolsonaro, estaríamos com Lula sem sombra de dúvida, sem nenhuma negociação, assegurou o ex-ministro da Previdência Social, emendando uma ponderação: “A polarização pode estar começando o seu esgotamento. Nesse esgotamento, pode aparecer a oportunidade de a gente ter uma candidatura nova.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Desvios regionais e nacionais
A dificuldade em manter Ciro no PDT, reconhece Lupi, se deve a uma crise que tem origem em casa. Ele possui um problema complexo e sério no Ceará. Trata-se de um grupo que ele liderou e nos quais os interesses entraram em conflito, gerando um grande incômodo para ele.
O problema apresenta diversas manifestações. Em 2024, por exemplo, o PDT se fragmentou quando foi excluído do segundo turno para a prefeitura de Fortaleza, ocasião em que Evandro Leitão (PT) derrotou André Fernandes (PL) — o bolsonarista — contudo, contou com o apoio de pedetistas importantes. Um ano antes, mais de 40 prefeitos do Ceará solicitaram a desfiliação do PDT.
A fratura não é apenas regional. Ciro também mantém uma “diferença profunda” com o presidente Lula e o PT. A mágoa se intensificou em 2018, quando os petistas lançaram Fernando Haddad, e não Ciro, para representar Lula na disputa pela presidência.
Fonte por: Carta Capital