G7 reúne Trump e Lula, com conflito Irã-Israel e tarifas em discussão

Este ano, além do Brasil, Austrália, Ucrânia, Coreia do Sul, México e Índia, foram convidados a participar da cúpula.

15/06/2025 11:39

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DF - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE - POLÍTICA - DF - BRASÍLIA - 03/06/2025 - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE -  O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de uma cerimônia de assinatura de decretos por ocasião do Dia do Meio Ambiente no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, em 3 de junho de 2025. 03/06/2025 - Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
DF - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE - POLÍTICA - DF - BRASÍLIA - 03/06/2025 - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de uma cerimônia de assinatura de decretos por ocasião do Dia do Meio Ambiente no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, em 3 de junho de 2025. 03/06/2025 - Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Cúpula do Grupo dos Sete (G7) inicia neste domingo (15), no Canadá, com tensões elevadas devido à escalada do conflito entre Israel e o Irã e da ameaça de uma guerra comercial global, faltando menos de um mês para o fim da trégua tarifária anunciada em abril pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou presença na semana passada e deve chegar na segunda-feira (16) para participar do encontro dos países mais ricos do mundo.

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Além do Brasil, Austrália, Ucrânia, Coreia do Sul, México e Índia foram convidados para a cúpula do G7 neste ano. O encontro ocorre entre este domingo e terça-feira (17), em Kananaskis, Alberta, no Canadá. Esta é a 50ª reunião do grupo, formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Será a primeira vez que Lula e Trump estarão na mesma mesa de negociações desde a posse do republicano, em janeiro. O presidente brasileiro deve aproveitar a alta cúpula global para encontros bilaterais, em especial com Trump. Uma das reuniões já pré-combinadas será com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que busca apoio para a guerra contra a Rússia. Se realizada, será a segunda reunião entre ambos. A primeira ocorreu durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023, em Nova York, após a tentativa frustrada de um encontro durante o G7 daquele ano, no Japão.

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O petista confirmou sua participação na cúpula somente na semana passada, após convite formal feito pelo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, durante telefonema, a poucos dias do evento nas montanhas canadenses. A presença de Lula na cúpula do G7, contudo, já era prevista. Em visita a Paris, o brasileiro fez, inclusive, uma brincadeira sobre o assunto e disse que iria ao Canadá enquanto os Estados Unidos não anexassem o país vizinho. “Vou participar do G7 antes que os EUA anexem o Canadá como estado americano. Aproveitar esse pouco tempo de respiro que o Canadá tem como soberano”, disse Lula, na ocasião.

A vice-diretora do Centro de Geoeconomia do Atlantic Council, Ananya Kumar, vê o convite do G7 a países como o Brasil como um reflexo do crescente peso dessas nações na economia global, em oposição à menor representatividade das economias mais desenvolvidas. Em 1992, quando a Rússia participou pela primeira vez do G7, as economias combinadas dos cinco países fundadores do bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) representavam menos de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, enquanto o Grupo dos Sete detinha 63%. “Atualmente, a participação do G7 corresponde a 44% do PIB mundial e a dos membros fundadores do Brics mais que dobrou, atingindo quase 25%”, ressalta Kumar.

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Em 2024, o encontro do G7 deverá ser influenciado pelo aumento de novos conflitos entre Israel e Irã, com impactos na segurança e na economia global decorrentes do aumento dos preços do petróleo. A tensão renovada no Oriente Médio tende a ocupar parte da pauta da reunião, consumindo a agenda dos líderes com outros temas. Os membros do G7 deverão tentar convencer Trump, único líder com real influência sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Israel solicitou ao governo americano que se juntasse à guerra contra o Irã para eliminar o programa nuclear de Teerã.

Encerramento do acordo tarifário.

As discussões sobre os conflitos no Oriente Médio compartilham espaço com as tarifas de Washington, com menos de um mês para o término do período de suspensão das novas taxas, anunciado em abril. Há expectativa de progresso nos acordos entre os EUA e países como Japão e Canadá durante a cúpula. Até o momento, os americanos firmaram acordo apenas com o Reino Unido e avançaram em negociações preliminares com a China.

O primeiro-ministro do Canadá afirmou que uma reunião bilateral com Trump, à margem do encontro do G7, será determinante para avaliar o quão próximos os dois países estão de um acordo sobre tarifas dos EUA. “A cúpula do G7 em Alberta será importante por várias razões”, disse Carney, em entrevista à emissora Radio-Canada.

O G7 identifica três prioridades para 2025: proteção global, incluindo o combate à interferência estrangeira e aprimoramento de respostas conjuntas a incêndios florestais; segurança energética e aceleração da transição digital; e parcerias para ampliar os investimentos privados, gerando empregos com melhores salários. “A Cúpula de Líderes do G7 em Kananaskis é um momento para o Canadá trabalhar com parceiros confiáveis para enfrentar os desafios com união, propósito e força”, declara o primeiro-ministro do Canadá.

O G7 se reúne anualmente para discutir as questões econômicas e políticas globais mais relevantes. O grupo surgiu em 1975, quando a França convidou os líderes, juntamente com a Itália, para a primeira cúpula oficial. No ano seguinte, o Canadá se juntou ao bloco dos países mais ricos do mundo, formando o G7. A União Europeia também participa das reuniões, porém não é considerada membro oficial.

Nos últimos anos, grandes mercados emergentes foram convidados a participar da cúpula, como Brasil, Índia, México, África do Sul e até mesmo a China, cujo papel na economia global tem sido debatido no bloco. “O comunicado dos líderes do ano passado foi especialmente crítico em relação à China, que foi mencionada vinte e nove vezes”, observa Kumar, do Atlantic Council. A Rússia foi suspensa em 2014, devido à anexação da Crimeia.

Com informações do Estadão Conteúdo.

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.