Presidente da Ancord critica unicamente o aumento de impostos e afirma que a reunião de domingo entre Haddad e lideramento do Congresso já poderia ter especificado mais como ocorrerá a diminuição de gastos.
O presidente da Ancord (Associação Nacional das Corretoras de Valores), Rafael Furlanetti, solicitou ações mais definidas e tangíveis para reduções nos gastos públicos. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (9.jun.2025) durante o seminário “Agenda Brasil – o Cenário Fiscal Brasileiro”, realizado em São Paulo.
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O empresário criticou o resultado do encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad , e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tratar das alterações no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ocorrida no domingo (8.jun.2025). Afirmou que a reunião já poderia ter especificado o modo como seria a diminuição dos gastos.
“Eu passei essa semana inteira acreditando que haveria cortes de gastos, medidas de eficiência no Estado brasileiro e fiquei um pouco surpreso que não as vi nas medidas que foram ventiladas até então”, declarou Furlanetti, ao se dirigir a Motta durante o evento promovido pelos jornais “O Globo”, “Valor” e pela rádio “CBN”.
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O presidente da Ancord declarou que a alteração no IOF impactará sobretudo o pequeno empresário e a classe média. “E é um momento de se discutir medidas não só de curto prazo, mas de médio longo prazo”, afirmou. “Nós temos muita dificuldade de debater essas medidas mais estruturais no Brasil.”
Furlanetti também criticou o acúmulo de recursos em estatais e propôs alternativas para reforçar o caixa do governo, como a devolução de dividendos do BNDES e a abertura de capital de subsidiárias de empresas públicas, como BB Consórcio e Caixa Seguridade. “Para que o BNDES precisa ter um excedente de capital de R$ 100 bilhões?”, questionou.
Será necessário renunciar a algo em todas as áreas, no setor produtivo, no Legislativo, no Judiciário, no poder Executivo, na sociedade, onde todos querem garantir o seu, não chegaremos a lugar nenhum.
Furlanetti declarou que é necessário implementar ações para que a economia brasileira alcance um desenvolvimento duradouro, e não apenas um “crescimento exacerbado”, termo empregado para caracterizar ciclos econômicos rápidos, acompanhados de estagnação ou declínio.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), obteve uma vitória política sobre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e conseguiu manter parte do decreto que estabelece um aumento da cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Além disso, o chefe da equipe econômica vai elevar outros impostos para compensar o que não conseguir arrecadar com o IOF e os líderes do Congresso, que sempre declaram ser contra aumento de impostos, acabaram concordando. No final da reunião de domingo (8.jun), Motta e Alcolumbre saíram dizendo que haviam conseguido uma vitória porque o decreto do IOF seria revisado e também porque o governo estava de acordo com uma revisão de gastos públicos. Contudo, houve uma derrota política dos presidentes da Câmara e do Senado. Na prática, haverá um aumento de impostos, ainda que menor do que o inicialmente desejado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Fazenda.
Aumentará o seguinte:
Adicionalmente à aposta, que agora tributa com 18% (anteriormente 12%) de imposto, o Poder360 identificou que haverá ainda mais impostos nessas áreas, setores e operações.
Quaisquer medidas que exijam alteração da Constituição Federal correm o risco de serem excluídas dos “ajustes estruturais” propostos por Hugo Motta. Isso inclui, por exemplo, a manutenção dos regimes de isenções fiscais para o Simples Nacional, a Zona Franca de Manaus e os benefícios aplicados aos produtos da cesta básica.
Ainda assim, espera-se que haja uma emenda constitucional para diminuir as contribuições federais ao Fundeb e uma alteração nos valores mínimos de investimento em saúde e educação.
O governo não acredita que algo por meio de PEC seja aprovado com facilidade e muito menos a pouco mais de um ano da eleição mexendo em áreas sensíveis. Contudo, o debate será iniciado. No caso dos pisos de saúde e educação, a ideia é que sejam unificados em um percentual de: e prefeito, governadores e União decidem se investem mais em um ou outro setor. não haveria redução.
Haddad declarou que a parcela fixa será removida e a cobrança diária será modificada. Na reunião, o ministro mencionou uma redução de 80% em relação ao que é atualmente válido no decreto. Não ficou definido qual seria a alíquota real.
Em relação ao VGBL, plano de previdência privada, a taxa de IOF prevista no primeiro decreto de Haddad, que ainda está em vigor, será reduzida.
Existem também isenções de IOF em operações de retorno de investimento direto de estrangeiros para o país.
Outro ajuste no que previa o aumento da alíquota de IOF se refere às operações de crédito concedidas por empresas.
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Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.