Inocentado após 15 anos, Francisco Mairlon deixa a prisão

Francisco Mairlon, que cumpria pena por assassinato, foi inocentado por decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e deixou a prisão nesta quarta-feira, 15/10. Ele foi um dos acusados no caso conhecido como “Crime da 113 Sul”.

Em entrevista à Globo, Mairlon fez um desabafo emocionante, revelando que esteve preso durante o nascimento de seu filho e que o viu apenas uma vez. “Quantas coisas eu não perdi. O crescimento do meu filho, meus primos, minhas primas, meu primo que nasceu, que eu ia ser padrinho”, disse.

Ele refletiu sobre a importância da família, afirmando que se preocupou em dar o melhor de si na prisão, para que sua família pudesse seguir em frente com esperança. “Isso é mais importante, porque é o que vai prevalecer para o resto da vida”, destacou.

O crime e a condenação

Francisco Mairlon foi condenado a 47 anos de prisão por ser um dos executores do triplo assassinato que vitimou o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, José Guilherme Villela, sua esposa Maria Villela e a empregada Francisca da Silva, todos mortos a facadas no apartamento do casal.

A filha das vítimas, Adriana Villela, também teve sua condenação anulada pelo STJ em setembro, sendo considerada mandante do crime. O recurso, apresentado pela ONG Innocence Project, argumentou que a condenação de Mairlon se baseou apenas em depoimentos prestados na delegacia, que nunca foram repetidos em juízo.

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A defesa de Mairlon alegou que ele foi submetido a tortura e pressão policial, e que um dos executores do crime mudou sua versão, inocentando Mairlon posteriormente.