França vive nova onda de manifestações contrárias a reduções no orçamento
Aproximadamente 80 mil policiais e guardas serão mobilizados durante o dia; manifestações se espalham por todo o país em diferentes setores da sociedade.
Protestos em Massa na França Contra Cortes Orçamentários
Professores, engenheiros, farmacêuticos e profissionais de hospitais iniciaram greve na França, ao mesmo tempo em que adolescentes bloquearam escolas secundárias nesta quinta-feira (18). Os protestos visam combater os cortes orçamentários implementados no país.
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Organizações sindicais estão exigindo a anulação dos planos fiscais do governo anterior, o aumento dos investimentos em serviços públicos, a tributação de indivíduos de alta renda e a revogação de uma alteração que impõe maior esforço laboral para a obtenção de benefícios previdenciários.
Em Paris, diversas linhas de metrô ficaram interrompidas durante a maior parte do dia, com exceção dos horários de maior movimento matinal e vesternal. Estudantes se organizaram para obstruir os acessos de certos estabelecimentos de ensino, utilizando cartazes como “Bloqueiem sua escola contra a austeridade”, que foram montados com a participação de estudantes, professores e representantes dos trabalhadores.
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Fred, motorista de ônibus e representante do sindicato CGT, declarou que os trabalhadores estão sendo excessivamente desvalorizados pelo governo e pelo presidente Emmanuel Macron, situação que não pode persistir.
O professor Gaetan Legay, de 33 anos, presente em um comício, afirmou: “Estou aqui para defender os serviços públicos, em particular, para exigir que o dinheiro público volte aos serviços públicos, em vez das grandes empresas ou em doações de impostos aos ultra-ricos”.
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O presidente Macron e seu ministro do Gabinete, Sébastien Lecornu, enfrentam pressão do Parlamento em relação aos cortes orçamentários e a preocupação de investidores com o déficit da segunda maior economia da zona do euro.
Participação em Manifestações
Um terço dos professores do ensino fundamental estava em greve em âmbito nacional, e quase tanto abandonaram o trabalho em Paris, segundo o sindicato FSU-SNUipp.
As composições regionais sofreram grande impacto devido à manifestação, ao passo que a maioria das linhas de trem de alta velocidade TGV do país operava, informaram autoridades.
Pessoas protestaram para diminuir a velocidade dos veículos em uma estrada próxima à cidade de Toulon, na região sudeste do país.
A produção nuclear da empresa francesa EDF registrou uma leve queda, para 1,1 gigawatts, na quinta-feira (17), devido à redução da produção do reator Flamanville 1 pelos trabalhadores.
A Confederação Paysanne também solicitou mobilização. Os farmacêuticos manifestam indignação com as alterações que impactam seus negócios, e o sindicato dos farmacêuticos declarou que uma pesquisa em farmácias indicou que 98% delas podem encerrar suas atividades na data.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, informou aos repórteres na quinta-feira que a polícia já removeu alguns bloqueios, incluindo os próximos a terminais de ônibus na região de Paris. Ele adverte que estima até 8 mil “encrenqueiros” buscando provocar distúrbios e confrontar as forças policiais.
Serão mobilizados aproximadamente 80 mil policiais e guardas durante o dia. Estarão disponíveis unidades de choque, drones e veículos blindados.
A polícia informou que mais de 20 indivíduos já foram detidos em diversos locais.
Os planos para transportar a tapeçaria de Bayeux, com 70 metros de comprimento, uma obra-prima cuja costura narra a história da invasão normanda em 1066, foram adiados em razão da greve, comunicou a prefeitura local. A tapeçaria será cedida em empréstimo ao Reino Unido.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












