Forte ventos de 2.000 soldados da Força Nacional são enviados para Los Angeles

Em cidade da Califórnia, ocorrem manifestações contrárias às políticas de deportação do governo dos Estados Unidos.

10/06/2025 4:54

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Forte ventos de 2.000 soldados da Força Nacional são enviados para Los Angeles
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), ordenou o envio de mais 2.000 soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para Los Angeles, na Califórnia, para controlar os protestos relacionados às operações de imigração na cidade. As informações são da agência Associated Press.

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Um primeiro grupo de 2.000 soldados da Guarda Nacional já havia iniciado a chegada no domingo (8 de jun), mesmo com a oposição do governador da Califórnia, Gavin Newsom (Partido Democrata), que classificou a ação como “propositalmente inflamatória”, alegando que serviria apenas para “escalar tensões” na região.

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A mobilização dos militares ocorre após o aumento das manifestações em reação às operações do ICE (Immigration and Customs Enforcement, o departamento de imigração e controle de alfândega dos EUA). As autoridades federais de imigração detiveram mais de 40 pessoas em operações na cidade na sexta-feira (6.jun).

Na sábado (7.jun), os protestos aumentaram a intensidade e o presidente americano mobilizou uma fração das tropas da Guarda Nacional da Califórnia, em virtude do Título 10, legislação federal que possibilita o emprego de militares em situações de “rebelião ou risco de rebelião contra a autoridade do governo dos EUA”, transferindo o comando da guarda estadual para o governo federal. A decisão foi tomada sem a solicitação ou concordância do governador da Califórnia.

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A chegada de novas tropas ocorreu apesar dos protestos pacíficos de segunda-feira (9.jun), quando um grande comício na prefeitura e manifestações em frente a um centro de detenção, onde imigrantes são mantidos presos, reuniram milhares e centenas de pessoas, respectivamente.

O chefe de polícia de Los Angeles, Jim McDonnell, declarou que a presença de fuzileiros navais sem coordenação com o departamento de polícia representa um “significativo desafio logístico e operacional”. Já a governadora e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, afirmaram que o presidente está colocando em risco a segurança pública ao mobilizar militares, embora a polícia local tenha declarado que não necessita de assistência.

Em uma publicação no X (ex-Twitter), Newsom classificou o deslocamento dos militares como “desrespeitoso” com as tropas do Estado. “Não se trata de segurança pública”, disse o governador da Califórnia. “É sobre alimentar o ego de um presidente perigoso”, afirmou. O governador disse que vai processar o presidente norte-americano pelo envio do contingente militar.

Manifestações contrárias às operações anti-imigração de Trump ocorreram em outras cidades, incluindo São Francisco e Santa Ana, na Califórnia, e Dallas e Austin, no Texas.

O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, moveu uma ação judicial contra o emprego das tropas da Guarda Nacional. Bonta busca uma ordem judicial que determine a ilegalidade da mobilização promovida por Trump e solicita uma ordem de restrição para impedir o deslocamento das tropas. Ele afirmou que o presidente dos EUA “pisoteou” a soberania do Estado. “Não vemos com bons olhos o fato de o presidente abusar de sua autoridade e mobilizar ilegalmente as tropas da Guarda Nacional da Califórnia”, declarou.

O presidente americano afirmou na segunda-feira (9 de jun) que, sem o envio de tropas da Guarda Nacional, a cidade teria sido “completamente destruída”. Contudo, apesar da presença das tropas, a Associated Press reportou que houve pouca interação entre os militares e os manifestantes.

É a primeira vez desde 1965 que um presidente aciona a Guarda Nacional de um Estado sem que haja um pedido do governador, segundo Elizabeth Goitein, diretora sênior do Programa de Liberdade e Segurança Nacional do Brennan Center for Justice, uma organização independente de direito e políticas públicas. A última vez ocorreu quando o presidente Lyndon B. Johnson (Partido Democrata, 1963-1969) enviou tropas ao Alabama para proteger manifestantes em defesa dos direitos civis.

Fonte por: Poder 360

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.