Forças armadas nepalesas assumem o controle de Katmandu após manifestações violentas

Na segunda-feira, 8, as forças policiais nepalesas reagiram com força total a um protesto contra a corrupção e à medida do governo de restringir o acess…

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(Imagem de reprodução da internet).

As forças armadas do Nepal recuperaram o controle de Kathmandu nesta quarta-feira, 10, após dois dias de protestos, os mais intensos em duas décadas, que resultaram na renúncia do chefe de governo e na abertura de discussões sobre o futuro do país.

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Na segunda-feira, 8, a polícia nepalesa reagiu com força contra protestos contrários à corrupção e à proibição das redes sociais pelo governo, resultando em 19 mortos e centenas de feridos em confrontos.

Apesar da retomada de redes como Facebook, X ou YouTube, manifestações de jovens, com apoio da geração Z, resultaram em atos de vandalismo contra prédios públicos e residências de diversos políticos na terça-feira.

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O Parlamento foi incendiado, assim como a residência do então primeiro-ministro.

O comandante do Exército conduziu reuniões com diversos grupos e esteve com representantes da geração Z, afirmou o interlocutor, sem fornecer maiores informações.

Na cidade capital, as forças armadas supervisionavam a aplicação do toque de recolher até que a situação fosse normalizada, com as instituições de ensino, empresas e estabelecimentos comerciais fechados.

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Militares armados, em veículos blindados e tanques, realizavam patrulhamento pelas ruas, entre os chassis de veículos incendiados e os destroços das barricadas construídas na noite anterior.

Já na terça-feira, o general Sigdel havia apelado a todos os grupos envolvidos nas manifestações para manterem a calma e dialogarem.

O presidente Ramchandra Paudel também solicitou a todos, incluindo os manifestantes, que colaborem para a resolução pacífica da difícil situação do país.

Incompetentes

Shushila Karki, ex-chefe da Suprema Corte, e Balendra Shah, prefeito de Katmandu e ex-engenheiro e rapper de 35 anos, são nomes considerados para liderar uma possível transição.

Oli, líder do Partido Comunista do Nepal, governou o país quatro vezes a partir de 2015 e representa uma camada de líderes cuja partida é demandada pelos jovens, que sofrem com altas taxas de desemprego e estão insatisfeitos com a corrupção.

O vandalismo nunca representa uma solução adequada para lidar com questões, afirmou a AFP um policial aposentado, Kumar Khatiwada, de 60 anos, ao compartilhar um chá com alguns amigos.

“A responsabilidade por essa situação é dos erros de nossos líderes”, declarou. “Esses indivíduos proibiram as redes sociais para ocultar sua corrupção, que estava exposta na internet.”

Três policiais faleceram durante os distúrbios, de acordo com as autoridades.

O Estado-Maior do Exército reiterou nesta quarta-feira que reprimirá sem hesitação “manifestações, atos de vandalismo, saques ou incêndios e ataques contra pessoas e bens”.

O aeroporto de Katmandu reabriu para passageiros nesta quarta-feira, após ser fechado ao tráfego desde terça-feira. As operações de decolagens e aterrissagens serão retomadas gradualmente ao longo do dia.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.

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