Empresas em segmentos tecnicamente especializados lidam com o desafio de expandir em mercados restritos. A falta de profissionais capacitados leva muitas a implementarem programas de treinamento prolongados, cultivando talentos desde o início. Paralelamente, essa abordagem direcionada possibilita a criação de soluções personalizadas para públicos que não encontram opções em outros fornecedores.
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Hiperpersonalização
Pedro Carneiro, diretor de Investimentos da ACE Ventures, ressalta a importância da personalização.
Quando uma empresa possui um público mais restrito, pode ser ao mesmo tempo mais fácil e mais difícil de atender. É mais fácil porque você o conhece melhor e pode criar uma oferta específica, que provavelmente ele não encontra em outro lugar.
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Ele defende que a hiperpersonalização deve se fortalecer em várias áreas, como já ocorre no marketing digital. O modelo promove maior engajamento, porém demanda equilíbrio.
O principal desafio reside em operar em um segmento restrito o bastante para proporcionar uma oferta específica, porém com a possibilidade de crescimento significativo. Empresas como Facebook e Netflix iniciaram dessa forma, atendendo a públicos limitados, mas com capacidade de expansão.
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Caso
Na Blendus, que atua com tecnologia em governança de dados para operadoras de planos de saúde, a escassez de profissionais especializados resultou na criação de um processo interno de formação.
O processo de integração se estende por quatro meses na área de Tecnologia e seis meses em Operações.
O negócio da empresa requer mais do que domínio técnico. Exige visão sistêmica, capacidade analítica e conhecimento aprofundado das regras da saúde suplementar, segundo o fundador, Flavio Exterkoetter.
A estratégia contempla a documentação contextualizada, a integração entre as áreas e o desenvolvimento de trilhas de conhecimento. O objetivo é assegurar maior autonomia das equipes e elevar a qualidade das entregas.
A empresa também está organizando a área de Gente & Gestão, focada na otimização do recrutamento, integração e vínculo entre pessoas, cultura e negócios.
Desenvolvimento
Na área de sistemas de gestão de software, a formação de profissionais em inteligência artificial ainda não acompanha a demanda. Para suprir essa carência, a Zucchetti Brasil criou uma rota estruturada de treinamento em colaboração com a AIMANA, empresa de educação corporativa em IA que atua em centros como o Learning Village (SP), ACATE (SC) e em Lisboa.
O programa integra mentorias, laboratórios práticos, treinamentos digitais e atividades para desenvolver habilidades como pensamento crítico e adaptabilidade. “Nosso objetivo é preparar os colaboradores para criar soluções em que a inteligência artificial esteja integrada ao software de maneira quase imperceptível, facilitando a vida de quem utiliza nossos produtos”, afirma Ana Paula Socha, diretora de Recursos Humanos da Zucchetti Brasil.
A abordagem avalia o nível de maturidade digital das equipes e utiliza a IA para solucionar os problemas concretos de cada setor. O objetivo é otimizar os processos internos, elevar a produtividade e fornecer suporte à decisão.
Mercado segmentado.
Com processos bem definidos, ênfase na capacitação contínua e cultura organizacional sólida, empresas nichadas conseguem transformar a limitação de talentos em diferencial competitivo.
Essa estratégia assegura a sustentabilidade, a operação e proporciona espaço para novas oportunidades de expansão em mercados cada vez mais técnicos e exigentes.
Fonte por: Carta Capital