Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, critica debate sobre jornada de trabalho, destacando que a solução está na produtividade, não na redução de horas.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), declarou que a discussão sobre o fim da escala 6×1 e a diminuição da jornada de trabalho está sendo feita de maneira populista, sem abordar o verdadeiro desafio do mercado de trabalho brasileiro: a baixa produtividade.
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Em um almoço com jornalistas em Brasília, nesta terça-feira (16), ele afirmou: “Não é limitando jornada que o Brasil vai resolver isso. O país já tem uma média de 39 horas semanais trabalhadas.”
Roscoe destacou que a capacidade produtiva do trabalhador brasileiro é inferior, o que limita a renda que pode ser gerada. “A renda que esse trabalhador vai conseguir gerar é limitada”, enfatizou. Para ele, a única maneira de implementar uma redução de jornada de forma sustentável é por meio do aumento da produtividade. “Se a gente tenta fazer isso de forma sistêmica sem produtividade, algumas cadeias simplesmente colapsam”, alertou.
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O presidente da Fiemg também criticou as distorções provocadas por políticas públicas no mercado de trabalho. “Hoje, basta perder renda para ir para o BPC e complementar com trabalho informal. Isso interfere diretamente na oferta de mão de obra”, comentou.
Segundo Roscoe, essa discussão atravessa diferentes campos políticos e ganhou força devido ao seu apelo popular. “É uma mensagem poderosa, mas não existe almoço grátis. O brasileiro sabe disso”, concluiu, ressaltando que, embora a redução da jornada seja uma tendência global, ela deve ser acompanhada de mudanças estruturais.
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.