Flamengo x Palmeiras: entenda a “guerra” entre diretorias antes da “decisão” crucial

Disputa sobre a fórmula de divisão da parcela por audiência e decisão judicial que retém milhões geram crise institucional entre clubes e a Libra.

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(Imagem de reprodução da internet).

Flamengo e Palmeiras se enfrentam em “final antecipada” do Brasileirão

Flamengo e Palmeiras, líderes da tabela do Brasileirão, se encontram neste domingo (19) em um confronto considerado uma “final antecipada” da competição. A disputa pelo título não se limita apenas ao campo, já que o clima entre as diretorias tem gerado um ambiente de tensão que vai além da partida.

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Um impasse sobre a divisão da receita de transmissão do Brasileirão resultou em uma das maiores crises recentes do futebol brasileiro. O conflito, que começou como uma questão técnica, evoluiu para disputas jurídicas e trocas de acusações públicas entre Flamengo, Palmeiras e a Libra, entidade que representa parte dos clubes da Série A e negocia os direitos de mídia.

Crise e decisões judiciais

Nos últimos anos, os clubes se destacaram no futebol brasileiro, dominando competições como Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil. A decisão judicial favorável ao Flamengo, que determinou o depósito de R$ 77,1 milhões, referente ao contrato com a Globo, intensificou a disputa entre as partes. Desde então, notas oficiais e ameaças de ações judiciais se tornaram frequentes.

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O embate, que começou nos bastidores, rapidamente ganhou destaque na mídia esportiva e nos conselhos deliberativos. Insinuações de favorecimento ao rival se tornaram comuns, especialmente após um teste antidoping surpresa que gerou polêmica entre os clubes.

Origem do conflito

Em 2024, a Libra negociou com a Globo os direitos de transmissão do Brasileirão para o ciclo 2025–2029. O modelo aprovado previa a divisão das receitas em três partes: 40% igualitário, 30% por desempenho e 30% por audiência. A divergência atual gira em torno dessa última parcela.

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O Flamengo argumenta que o anexo que define o cálculo da audiência não possui elementos técnicos adequados. Após tentativas de resolver o impasse, o clube conseguiu uma liminar que determinou o depósito de R$ 77,1 milhões, bloqueando o fluxo de pagamentos aos demais clubes da Libra, que inclui Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Vitória, Bahia, Grêmio e o próprio Flamengo.

Posições dos clubes

O Flamengo afirma ter buscado diálogo antes de recorrer à Justiça e argumenta que o anexo atual não permite um cálculo auditável. Em um documento, o clube listou inconsistências e defendeu a via judicial como legítima para proteger seus direitos. O presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, comentou que se o Flamengo jogasse sozinho, o dinheiro que sobraria para os outros seria muito pouco.

A Libra, por sua vez, classificou a ação do Flamengo como um ato que interrompeu o diálogo e distorce fatos. A entidade defende que os critérios de cálculo foram aprovados em assembleia e que a medida judicial é prejudicial ao bloco.

Reações e desdobramentos

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou a postura do Flamengo e anunciou que o clube acionará o rival na Justiça por danos. Em tom irônico, sugeriu a criação de uma nova liga sem o Flamengo. O presidente do Flamengo respondeu, afirmando que essas são guerras de narrativas tolas.

A criação da Libra em 2022 e a negociação com a Globo em 2024 já estavam cercadas de debates sobre equilíbrio financeiro. A intenção era criar um modelo que reduzisse desigualdades, mas a divisão proposta se tornou um novo ponto de atrito. A crise se intensificou após a liminar que bloqueou o valor milionário.

Próximos passos e implicações

A Libra já recorreu da liminar, e especialistas em direito esportivo acreditam que o caso pode se estender, criando precedentes sobre governança em ligas de futebol no Brasil. O Palmeiras promete processar o Flamengo por danos, e outros clubes estão considerando ações semelhantes.

Informações sobre Flamengo x Palmeiras

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.

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