Cantor argentino manifesta descontentamento com a política econômica vigente, admitindo que algumas ações eram “necessárias”.
O cantor argentino Fito Páez, de 62 anos, declarou à Agência EFE nesta sexta-feira (27.jun.2025) que a política econômica do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza, direita) é estimulante. Páez tem histórico de defender causas sociais, mas afirmou ter adotado uma visão mais prática da realidade por entender que há um “fracasso das políticas de esquerda” ao redor do mundo. Disse que havia “processos inadiáveis” a serem adotados na Argentina.
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O artista mencionou que reformas econômicas não poderiam mais ser adiadas, considerando a avaliação da crise fiscal do país. Segundo Páez, mesmo sem apoio total à gestão política do governo atual, reconhecia a necessidade de decisões difíceis.
As políticas econômicas de Javier Milei são caracterizadas por um programa de ajuste fiscal, cortes em subsídios estatais, desregulamentações e privatizações. Desde sua posse, em dezembro de 2023, Milei implementa seu denominado “plano motosserra”, visando diminuir o déficit público e a liberalização da economia.
Essas ações geram intensa oposição de sindicatos e movimentos sociais, contudo, possuem apoio de segmentos do empresariado e de parcela do eleitorado que demanda o equilíbrio das contas públicas.
A declaração do cantor argentino em entrevista à EFE representa uma mudança em sua postura tradicionalmente crítica a ajustes fiscais e programas de desestatização. Páez usualmente defende questões sociais e critica cortes de gastos e privatizações. Agora, admite que medidas como essas eram necessárias diante da crise.
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O cantor também destacou a falta de crítica dos governos anteriores. Para ele, os antecessores na Casa Rosada contribuíram para a ascensão de Milei. “Não houve uma crítica aberta das forças que possibilitaram que Milei estivesse hoje no poder”, declarou.
Panizo é um dos nomes mais importantes do rock em espanhol. Diversas de suas letras tratam de assuntos como desigualdade, direitos humanos, injustiça, memória histórica e América Latina. Fora do cenário musical, ele se destacou como defensor da democracia, da diversidade e de questões relacionadas a direitos sociais, notadamente nas décadas de 1990 e 2000.
Declarou ter alterado sua postura e reconheceu que “utopias não servem para nada”, referindo-se à atuação de setores da esquerda. Destacou que o momento demanda uma análise das falhas e um debate amplo sobre o futuro da Argentina. Reafirmou seu compromisso com causas sociais, mas defendeu flexibilidade diante da gravidade da situação econômica do país.
Rodolfo Páez, também conhecido como Fito Páez, nasceu em Rosário em 13 de março de 1963 e é um dos maiores ícones do rock argentino. Músico, compositor, pianista, diretor de cinema e cantor, é considerado uma das figuras mais importantes da música argentina contemporânea. Em 1984, lançou seu 1º álbum solo, “Del ‘63”, seguido por “Giros” em 1985 e “La La La” em 1986.
Sua trajetória profissional foi reconhecida em 1987 com “Ciudad de Pobres Corazones”, álbum em homenagem à memória de sua tia e avó, assassinas na cidade de Rosário. O disco recebeu elogios da crítica como um dos melhores da Argentina naquele ano.
Em 1992, seu auge profissional ocorreu com “El Amor Después del Amor”, que se consolidou como seu álbum mais vendido. Em 1994, lançou “Circo Beat”, que alcançou o segundo lugar nas vendas na Argentina em 1995.
Fito Páez é reconhecido como “o trovador do rock argentino” e se destaca entre os músicos mais relevantes do país. Compartilhou palcos com nomes como Charly García e Luis Alberto Spinetta. Sua produção artística se estende por mais de quatro décadas, o que o estabelece como uma das vozes mais importantes e influentes da música latino-americana contemporânea.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.