Financiamento ESG demanda a partilha de riscos, afirmam especialistas

Instituto Global ESG promoveu evento que discutiu formas de acessar recursos nas áreas ambiental, social e de governança. Leia no Poder360.

17/06/2025 22:05

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Financiamento ESG demanda a partilha de riscos, afirmam especialistas
(Imagem de reprodução da internet).

Iniciativas na área de ESG (ambientais, sociais e de governança) demandam esforço adicional para serem concretizadas, afirmaram especialistas e gestores no evento “Global Meeting – Finanças Sustentáveis”, organizado nesta 3ª feira (17.jun.2025) em Brasília pelo Instituto Global ESG. Destacou-se uma das principais demandas a necessidade de partilhar o risco nessas ações entre diversos estabelecimentos privados e órgãos governamentais.

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O presidente da Fin (Confederação Nacional das Instituições Financeiras), Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que o mercado de crédito de carbono pode auxiliar projetos na área ambiental com a obtenção de recursos diretamente e com o compartilhamento de riscos.

Os créditos são oferecidos por empresas e instituições que possuem certificados de redução de emissões de carbono. O sistema brasileiro foi implementado por lei em dezembro de 2024. É possível também comprar e vender créditos em sistemas de outros países.

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A utilização desses créditos, quando parte do financiamento de um projeto ambiental, pode diminuir a dependência de empréstimos no sistema financeiro. Dessa forma, a probabilidade de prejuízo para quem empresta se torna menor e os juros também.

Maia afirmou que o mercado de carbono pode gerar valor e que o Brasil certamente será muito beneficiado por isso.

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O deputado Flávio Nogueira (PT-PI), presidente da FPESG (Frente Parlamentar ESG na Prática), declarou que o Brasil possui grande potencial para compartilhar sua matriz energética, majoritariamente renovável, com outros países. “É necessário progredir ainda mais para obter maior crédito, não só crédito de carbono, mas também crédito na comunidade internacional”, afirmou Nogueira.

Mariana Castro, representando a Domani Global, e Andreia Limão e Caroline Celich, da Elo, enfatizaram que o mercado de créditos de carbono se tornará mais sólido e avançado no Brasil, o que reduzirá a desconfiança em relação à qualidade dos créditos adquiridos.

O presidente do Instituto Global ESG, Alexandre Arnone, afirmou que a instituição está engajada com a causa do ESG focada no bem nacional e não só na atuação das empresas. “Todo mundo comenta o que está envolvido no ESG. Pouco se comenta da questão da economia circular”, declarou. “O futuro da nação não é a reciclagem, mas a reutilização”, afirmou.

O vice-presidencial do instituto, Sóstenes Marchezine, ressaltou a importância da convergência entre os distintos agentes do setor para que o Brasil alcance suas metas de ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

Demonstrar os desafios da convergência significa assegurar que ninguém perderá o protagonismo. Ao considerar essa abordagem em um diáo protagonismo de cada elemento será evidenciado. Não se trata de afirmar que uma plataforma, um sistema, uma inteligência ou pesquisa é superior às demais. Na realidade, todos são complementares e o fator chave para alcançar a estabilidade é o ESG.

O gestor de soluções sustentáveis do Banco do Brasil, Vilmar Thewes, declarou que a sustentabilidade transformou-se ao longo dos anos de uma perspectiva filantrópica para o setor de negócios. Indicou que, em dois anos, a instituição arrecadou R$ 40 bilhões no mercado internacional para investimentos em ESG no Brasil até 2030.

Para o presidente da Abrig (Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais), Jean Castro, não existe espaço na sociedade e no setor empresarial para uma “inclusão” do ESG. Ele defendeu que os profissionais do setor atuem para traduzir da melhor forma possível os conceitos e as ações, para que todos os interlocutores se sintam imbuídos para trabalhar em prol da sustentabilidade.

Fonte por: Poder 360

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.