Movimento de Consolidação no Mercado Bancário
O presidente da Neon, Fernando Miranda, prevê um movimento de consolidação no mercado bancário nos próximos anos, envolvendo fintechs e bancos digitais. Em entrevista ao Capital Insights, ele afirma que “daqui a cinco anos haverá poucos players vencedores”.
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O programa, uma parceria entre CNN Money e Broadcast, traz semanalmente especialistas do setor financeiro para discutir o cenário econômico.
A Neon, que conta com mais de 32 milhões de clientes e uma carteira de crédito em torno de R$ 8 bilhões, busca se posicionar entre os grandes do setor. Miranda acredita que, em um futuro próximo, restarão apenas seis ou sete grandes instituições, e a distinção entre bancos tradicionais e fintechs perderá relevância. “A tecnologia está disponível para todos os players”, destaca.
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Captação de Recursos e Crescimento
Recentemente, a Neon finalizou uma nova rodada de captação de recursos, totalizando R$ 720 milhões. Nessa rodada, dois novos investidores internacionais se juntaram à empresa: a IFC (International Finance Corporation) e a DEG, subsidiária do Grupo KfW.
Esses investidores se somam a nomes como o banco espanhol BBVA e a gestora americana General Atlantic, que já eram sócios da Neon.
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Miranda atribui a atração desses investidores ao crescimento exponencial de receita e lucro da fintech. Ele acredita que a recente entrada de capital é suficiente para financiar os próximos passos da empresa. “Trabalhamos como se a Selic não fosse cair”, afirma o diretor de RI da Casas Bahia.
Estratégia e Foco no Cliente
Miranda ressalta que a Neon possui os principais produtos financeiros para se tornar o banco principal dos clientes. Ele menciona que o índice de principalidade é alto, referindo-se ao objetivo de ser o primeiro banco do cliente. Para 2025, a estratégia da fintech é focar em colher os frutos dos produtos já existentes, como cartão, consignado, seguros e investimentos, em vez de lançar novos produtos.
A Neon também está mudando seu foco para atrair clientes com maior poder aquisitivo, lançando uma nova marca, logotipo e campanha. Embora a fintech tenha registrado lucros em metade dos meses deste ano, também enfrentou resultados negativos, mas de magnitude reduzida.
Miranda observa que a empresa tem sido mais cautelosa nos empréstimos devido aos juros elevados, mas acredita que a tendência de queda dos juros em 2026 pode reduzir os calotes.
Tributação das Fintechs
Miranda comenta sobre a polêmica em torno da maior tributação das fintechs, uma pauta defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O CEO da Neon argumenta que as fintechs já pagam mais impostos do que deveriam, destacando a necessidade de uma discussão mais aprofundada sobre o tema.
