Federação das autoescolas denuncia ofensiva do governo federal e prepara contra-ataque no Congresso.
A proposta do governo federal de alterar o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sem a obrigatoriedade de aulas em autoescolas, reacende um intenso debate sobre a formação de motoristas e o setor das autoescolas. O projeto, atualmente em consulta pública, visa reduzir custos e simplificar o processo, oferecendo aos candidatos a escolha entre aulas presenciais em centros de formação, cursos digitais da Senatran ou acompanhamento de instrutores autônomos credenciados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ygor Valença, presidente da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto), expressa sérias preocupações com a proposta. A entidade alerta que a aprovação do texto, como está, pode ter impactos negativos na segurança viária e gerar uma crise econômica para o setor, que emprega cerca de 300 mil trabalhadores em 15 mil empresas no país.
Valença critica o argumento do governo de que o novo modelo aumentaria a segurança no trânsito. Ele defende que “mais pessoas com habilitação não significam necessariamente mais segurança. É um raciocínio equivocado. Não basta emitir documentos, é preciso garantir que o motorista esteja realmente preparado”. A Feneauto considera a proposta uma medida populista, que não resolve o problema da falta de preparo dos condutores.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Feneauto busca alternativas legais para impedir a implementação do modelo. O presidente da entidade acredita que o Congresso pode legislar sobre o tema e que existem instrumentos como o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) ou a anulação judicial da medida. A federação também trabalha politicamente em Brasília para construir uma proposta equilibrada, que reduza custos, mas preserve a segurança e o papel educativo das autoescolas.
Para o presidente da Feneauto, o processo de consulta pública pode abrir espaço para um texto alternativo mais técnico. Ele acredita que é possível corrigir a minuta, e que ela deveria passar pelas câmaras técnicas do Contran, onde haveria especialistas e representantes da sociedade civil. A Feneauto ressalta que as autoescolas não são contrárias à modernização, mas pedem equilíbrio, e que a tecnologia deve somar, não substituir, a formação de qualidade.
Disponível até: 2º de novembro de 2025. Local: plataforma Participa + Brasil. Objetivo: coletar contribuições sobre o novo modelo de formação de condutores. Próximos passos: análise do Contran e definição final pelo governo federal.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.