Fed e Dólar: Gestores preveem queda da moeda americana e dividem opiniões sobre a bolsa e juros

Gestores avaliam em reunião que o dólar ainda pode descer, mas discordam sobre o desempenho da bolsa e a atuação do Federal Reserve nos juros.

22/09/2025 19:47

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(Imagem de reprodução da internet).

Análise de Cenário Econômico: Perspectivas e Alertas

Em tempos de altas históricas nos Estados Unidos, é crucial ouvir Rogério Xavier para questionar o otimismo. O gestor da SPX Capital, conhecido por sua abordagem pragmática, já se autointitulou um ‘urubu’ contumaz, e sua análise no Macro Day do BTG Pactual, sob a batuta de André Esteves, ofereceu um alerta importante.

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Desaceleração Americana e Riscos

Xavier identificou uma dicotomia entre Wall Street e a Main Street, alertando para uma preocupação razoável. Ele prevê uma desaceleração significativa na maior economia do mundo, potencialmente comprometendo o crescimento global. A redução dos juros pelo Fed, impulsionada por um mercado de trabalho americano enfraquecido, é um sinal de alerta.

Além disso, Xavier destaca a influência da Inteligência Artificial (IA) na substituição de trabalhadores, o que pode acelerar a desaceleração do potencial de crescimento americano. André Jakurski, da JGP, apresenta uma visão oposta, prevendo uma desaceleração menor, especialmente com a expansão fiscal controlada.

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Alerta Histórico e Perspectivas Futuras

Xavier ressaltou a raridade de o Fed baixar a taxa de juros com a bolsa em máximas históricas, citando os casos de 1995 e 1996, que culminaram em uma bolha na bolsa até 2000. Essa experiência histórica serve como um alerta para a cautela.

Luis Stuhlberger, do Verde, adota uma posição intermediária, observando o fim do “excepcionalismo americano” no governo, mas não nas empresas de tecnologia e inovação. Ele não vê oportunidades de apostas em short.

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Déficit Fiscal e o Papel do Dólar

Em meio ao aumento dos gastos nos Estados Unidos, os gestores expressam preocupação com o déficit fiscal, que pode atingir 7% do PIB. Jakurski aponta para medidas de “repressão financeira”, como o quantitative easing e impostos sobre patrimônio, que já são discutidas na França.

Xavier propõe uma solução: transformar a dívida americana em uma LFT (Linhas de Crédito para Bancos), permitindo que os bancos financiem a dívida sem risco de preço. A regulação permitiria que os bancos se alavançassem longamente, financiando os Estados Unidos sem risco de preço.

Um consenso emerge sobre a desvalorização do dólar. Stuhlberger prevê um recuo adicional, influenciado pelo ciclo de afrouxamento monetário do Fed, semelhante ao que aconteceu com o iene. A entrada de capital em dólares, protegida por hedge, também contribui para essa tendência.

Em resumo, a análise dos gestores oferece um panorama complexo, com alertas sobre a desaceleração americana, o risco do déficit fiscal e a desvalorização do dólar, refletindo a incerteza do cenário econômico global.

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.