FecomercioSP afirma que o atacado aponta para falta de profissionais qualificados
O aumento da rotatividade, segundo a FecomercioSP, impacta as atividades e acarreta despesas significativas com a substituição de pessoal.

O mercado atacadista enfrenta desafios na busca e manutenção de profissionais, com pressões sobre os custos de pessoal devido à escassez de mão de obra qualificada. Essa realidade é evidenciada por um estudo da FecomercioSP, que representa empresas do comércio, serviços e turismo do Estado de São Paulo.
O volume baixo de novas contratações em setores de alta tecnologia (254 vagas em junho) reflete a falta de profissionais qualificados na área. “O pleno emprego é uma realização para o Brasil, mas, para o empresário do comércio atacadista, representa um desafio constante na busca e retenção de talentos. O capital humano se tornou o principal fator de diferenciação competitiva”, afirma Ronaldo Taboada, presidente do Conselho do Comércio Atacadista (CCA), um dos colegiados da FecomercioSP.
A dificuldade em reter trabalhadores é outro problema destacado. O tempo médio de permanência no emprego em empresas do atacado paulista, que há uma década situava-se em torno de 28 meses, atualmente é de 26 meses. Em três segmentos – produtos farmacêuticos, produtos alimentícios, bebidas e tabaco, e matérias-primas agrícolas e animais vivos – os funcionários não atingem a marca de dois anos em uma mesma empresa.
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O aumento da rotatividade, segundo a FecomercioSP, impacta as operações e acarreta despesas significativas com a substituição de funcionários. A inserção de jovens no setor diminuiu: em 2010, eles representavam 22% dos empregos com carteira assinada, atualmente são apenas 17%.
Conclui-se que há menor interesse das novas gerações em trabalhar no setor atacadista. A competição por profissionais qualificados tem impactado os custos operacionais e o modelo de negócios. “As empresas não podem se restringir a oferecer salários mais elevados. É necessário investir em um ambiente saudável, benefícios permanentes e, principalmente, em planos de carreira concretos. Caso contrário, a rotatividade continuará prejudicando as margens e a produtividade”, afirma Taboada.
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A Federação das Centrais do Trabalho do Estado de São Paulo sugere que a saída de trabalhadores ocorra por meio da formação desde o início, em vez de aguardar o profissional já preparado, com a implementação de políticas de valorização, investimentos em tecnologia e treinamento, visando diminuir a dependência de mão de obra.
A organização ressalta que as empresas devem implementar iniciativas de recrutamento voltadas para as novas gerações de profissionais. A falta de trabalhadores, enfatiza a FecomercioSP, demanda que os empresários intensifiquem seus esforços na gestão de pessoas, assegurando equipes qualificadas e motivadas.
A crescente dificuldade financeira de mais de metade da população brasileira, segundo estudo, agrava ainda mais os desafios do setor.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.