Favela do Moinho: investigação aponta para a influência de familiares de policiais e milicianos

A operação do MPSP revela que o esquema de tráfico e coerção era mantido por familiares de “Leo do Moinho”.

10/09/2025 9:16

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Favela do Moinho: investigação aponta para a influência de familiares de policiais e milicianos
(Imagem de reprodução da internet).

A operação Sharpe, realizada na segunda-feira (8) pelo MPSP com apoio policial, revelou uma ligação entre a família Moja e a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) na favela do Moinho, situada no Centro de São Paulo.

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A ação, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), tem como objetivo desmantelar uma rede criminosa que, mesmo após a prisão de Leonardo Monteiro Moja, conhecido como “Leo do Moinho” e apontado como líder do grupo, persistia em operar um esquema complexo de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e extorsão contra moradores e funcionários públicos.

As investigações do MPSP indicam que “Leo do Moinho”, mesmo sob custódia da Operação Salus et Dingitas, continuava sendo o líder da facção na Favela do Moinho.

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Do presídio, ele seguia emitindo ordens, inclusive para intimidar servidores da CDHU. O líder, segundo as investigações, utilizava uma estrutura complexa de imóveis e estabelecimentos comerciais na comunidade para facilitar o tráfico de drogas e disfarçar a lavagem de dinheiro, assegurando a manutenção do poder do PCC na região.

Líder comunitário

A Operação Sharpe tem como alvo principal Alessandra Moja Cunha, irmã de “Leo do Moinho”, que foi presa novamente. Com uma condenação anterior por homicídio qualificado em 2005, Alessandra desempenhava um papel fundamental na organização criminosa, de acordo com a denúncia.

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Conforme apurado pelo MPSP, ela exercia a presidência da Associação de Moradores da Favela do Moinho, empregando o cargo para organizar manifestações estratégicas, com o objetivo de proteger a comunidade contra ações policiais.

Alessandra também é acusada de auxiliar o irmão em suas atividades criminosas e de administrar o “Ferro-Velho Moinho”, que funcionava como cobertura para as ações ilegais.

Leo do Moinho, líder do PCC, foi preso na operação Salus et Dingitas.

A investigação demonstrou que Alessandra e outros integrantes recebiam subornos de famílias participando de contratos de revitalização com a CDHU, condicionando a liberação de registros e documentos à quantia paga.

A atividade online de Alessandra Moja, através de publicações entre 2018 e 2025, demonstra um envolvimento intenso com iniciativas sociais na comunidade da Favela do Moinho.

  • Alessandra Moja Cunha
  • Leonardo Monteiro Moja (Leo do Moinho)
  • Roberto Moja
  • Yasmin Moja Flores
  • Outros integrantes
  • A Favela do Moinho é considerada um ponto estratégico que atua como “fonte de abastecimento de drogas e centro de comando”, sendo fundamental para a organização do PCC na região central da capital paulista.

    A Associação de Moradores da Favela do Moinho alegou que Alessandra sofreu tortura na prisão e que houve a criação de um flagrante falso envolvendo drogas. A publicação também denuncia a operação como uma tentativa de desestabilizar movimentos sociais.

    A CNN busca contato direto com a defesa dos mencionados.

    Fonte por: CNN Brasil

    Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.