Família de Preta Gil pede indenização a padre Danilo César por danos morais

Família de Gilberto Gil processa padre Danilo César por declarações consideradas desrespeitosas à memória e à fé do artista.

14/10/2025 15:39

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(Imagem de reprodução da internet).

Família de Preta Gil busca reparação judicial contra padre

A família de Preta Gil decidiu entrar com uma ação judicial após declarações do padre Danilo César, da Paróquia São José, em Campina Grande, Paraíba. O processo foi iniciado pelo pai da cantora, o cantor e ex-ministro Gilberto Gil, sua esposa Flora Gil, e seus filhos Nara, Marília, Bela, Maria, Bem, José, além do neto Francisco.

Juntos, eles solicitam uma indenização de R$ 370 mil por danos morais coletivos. A ação foi motivada por um sermão proferido por Danilo César durante uma missa em 20 de julho de 2025, poucas horas após a morte de Preta Gil. O religioso fez críticas à religiosidade da família, que segue tradições de matriz africana, e ironizou a fé da artista.

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Declarações controversas durante a missa

As declarações foram transmitidas ao vivo pelo canal da paróquia no YouTube, mas o vídeo foi posteriormente removido. Durante a homilia, o padre afirmou: “Deus sabe o que faz. Se for para morrer, vai morrer […] Qual o nome do pai de Preta Gil? Gilberto. [Ele] fez uma oração aos orixás. Cadê esses orixás, que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”

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A fala gerou grande repercussão nas redes sociais e foi vista como um ataque à fé da família. Diante disso, os parentes da artista decidiram agir judicialmente, alegando que o padre ultrapassou os limites da liberdade de expressão ao zombar da dor da família em um momento de luto.

Repercussão e defesa da família

Os advogados da família afirmam que o discurso do padre não se enquadra como crítica religiosa, mas sim como um discurso discriminatório e humilhante. A família ressaltou que Preta Gil sempre defendeu suas raízes afro-brasileiras e a liberdade religiosa, e que o episódio tenta desqualificar essas crenças em um momento de vulnerabilidade.

Preta Gil faleceu no mesmo dia do incidente, aos 50 anos, após lutar contra um câncer colorretal, enquanto se tratava em Nova York. Sua morte foi amplamente lamentada por fãs e figuras públicas. O caso reabre o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito à diversidade religiosa no Brasil, especialmente em relação a figuras públicas e instituições com grande influência social.

Até o momento, o padre Danilo César não se manifestou publicamente sobre a ação movida pela família da cantora.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.