Família de pescador colombiano denuncia ataque americano à CIDH após morte de Alejandro Carranza
Família de pescador colombiano denuncia ataque americano à CIDH, alegando execução extrajudicial de Alejandro Carranza. Justiça e reparações são exigidas.
Família de Pescador Colombiano Denuncia Ataque Americano à CIDH
A família de um pescador colombiano, supostamente morto em um ataque americano no Caribe, apresentou uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A petição foi protocolada na terça-feira (2) pelo advogado de direitos humanos Dan Kovalik, que alega que Alejandro Carranza foi vítima de uma execução extrajudicial por parte dos Estados Unidos.
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O documento afirma que os EUA violaram os direitos humanos de Carranza durante o ataque. Kovalik, em entrevista à CNN, destacou que a família busca compensação e o fim dessas execuções, embora não tenha detalhado como essas demandas poderiam ser atendidas. “Essas execuções vão contra o direito internacional e a legislação americana.
Queremos que isso cesse, e acreditamos que esta é uma etapa inicial para isso”, afirmou.
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Responsabilidade e Justificativas
A denúncia aponta o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, como responsável por ordenar o bombardeio dos barcos, resultando na morte de todos a bordo. Alega-se que a conduta de Hegseth foi “ratificada” pelo presidente Donald Trump.
O Pentágono redirecionou as perguntas à Casa Branca, que foi contatada pela CNN.
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Desde o início de setembro, os EUA realizaram ataques que resultaram na morte de pelo menos 83 pessoas. O governo americano justificou as ações alegando que os barcos estavam ligados a cartéis de drogas em conflito com Washington. A Casa Branca defende que suas operações estão em conformidade com a Lei dos Conflitos Armados, que visa proteger civis.
Declarações do Presidente Colombiano
Trump afirmou que um ataque em 15 de setembro eliminou três “narcoterroristas da Venezuela” envolvidos no tráfico de drogas. No entanto, Kovalik defende que Carranza, um pescador, estava apenas exercendo sua profissão quando foi atingido. O presidente colombiano, Gustavo Petro, já havia declarado que Carranza não tinha vínculos com o tráfico e que seu barco exibia um sinal de socorro devido a problemas mecânicos.
Petro reconheceu que Carranza poderia ter aceitado dinheiro para transportar mercadorias ilegais devido a dificuldades financeiras, mas enfatizou que “suas ações jamais justificariam a pena de morte”. Na segunda-feira (1º), o presidente anunciou que Kovalik iniciaria uma “defesa judicial” para a família do pescador e que uma comissão de advogados colombianos seria convocada para investigar os ataques no Caribe.
Repercussões e Ações da CIDH
Kovalik afirmou que a petição apresentada em nome da esposa e filhos de Carranza é a primeira denúncia formal contra os ataques americanos na região, e acredita que outras poderão seguir. “Este é um dos nossos objetivos. Buscamos justiça para essas pessoas”, declarou à CNN.
A CIDH informa em seu site que as petições permitem que vítimas de violações de direitos humanos busquem ajuda. Se aceitas, a comissão fará recomendações ao país responsável para prevenir novas violações, investigar os fatos e promover reparações.
No mesmo dia em que a petição foi apresentada, a CIDH expressou preocupação com os ataques americanos, instando os EUA a garantir que suas operações de segurança respeitem as obrigações internacionais de direitos humanos, especialmente no que diz respeito ao direito à vida e ao uso da força.
Kovalik também foi contratado para representar Petro em um caso relacionado a acusações sobre seu envolvimento no comércio de drogas ilícitas, o que o presidente nega.
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












