Cartola apresentou uma trajetória influenciada pela política, pelo futebol e por controvérsias.
José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), faleceu na madrugada deste domingo, 20 de julho, aos 93 anos, em São Paulo. Ele estava hospitalizado no Hospital Sírio-Libanês e o óbito foi constatado às 3h30. O funeral acontecerá neste domingo, entre 13h e 16h, na Funeral Home, no bairro da Bela Vista, em São Paulo (SP).
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Figura emblemática e controversa na política e no futebol brasileiro, Marin ocupou posições de destaque no poder público e no esporte. Advogado formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, atuou como vereador em São Paulo na década de 1960, deputado estadual por cinco mandatos e governador interino do estado entre 1982 e 1983, durante o regime militar. Constantemente alinhado à direita, foi filiado à Arena e defensor do regime, emitindo declarações públicas em apoio ao delegado Sérgio Fleury, símbolo da repressão durante a ditadura.
Disputou brevemente partidas em campos de futebol, jogando como ala-direita pelo São Paulo Futebol Clube e pela Portuguesa nas décadas de 1950. Posteriormente, direcionou sua atuação para a área administrativa do esporte. Governou a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988, e, após anos nos bastidores da CBF, exerceu a presidência da entidade máxima do futebol brasileiro em 2012, após a desistência de Ricardo Teixeira.
Sob sua gestão na CBF, liderou o futebol brasileiro nas Copas das Confederações de 2013 e na memorável Copa do Mundo de 2014, ocasião em que a seleção brasileira enfrentou a histórica derrota por 7 a 1 para a Alemanha, em Belo Horizonte.
Foi detido em Zurique em 2015, durante a operação do FBI que investigava a corrupção na FIFA, o escândalo conhecido como Fifagate. Marin foi extradiado para os Estados Unidos, julgado e condenado por crimes como lavagem de dinheiro, fraude bancária e participação em organização criminosa, sendo o primeiro dirigente brasileiro de alto escalão a ser preso no caso. Recebeu uma pena de quatro anos e teve o direito à prática do futebol revogado pela FIFA em 2019. Retornou ao Brasil em 2020, após obter autorização para cumprir o restante da pena em regime de prisão domiciliar, devido à pandemia e sua idade avançada.
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Nos últimos anos, Marin viveu isolada. Em 2023, ela sofreu um acidente vascular cerebral, e desde então sua saúde permaneceu debilitada.
José Maria Marin faleceu, deixando esposa, um filho e dois netos.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta o falecimento de José Maria Marín, registrado na madrugada deste domingo (20), em São Paulo, aos 93 anos. Ele estava hospitalizado no Sírio-Libanês e terá velório nesta tarde, na capital paulista.
José Maria Marín, nascido em 6 de maio de 1932, exerceu a presidiência da CBF no período de 12 de março de 2012 a 16 de abril de 2015.
Antes de ocupar a presidência da entidade, o paulistano desenvolveu trajetória na política paulista, exercendo cargos de vereador e deputado estadual nas décadas de 1960 e 1970. Foi vice-governador de São Paulo no período de 1979 a 1982 e governador entre 1982 e 1983. Entre 1982 e 1988, liderou a Federação Paulista de Futebol e coordenou a delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.