Falece Clara Charf, militante política e viúva de Carlos Marighella
Clara Charf, histórica militante política e viúva de Carlos Marighella, faleceu nesta segunda-feira (3), aos 100 anos, em São Paulo (SP). Desde jovem, dedicou sua vida à luta por justiça social e à defesa da democracia no Brasil.
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Aos 21 anos, Clara ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, posteriormente, fez parte de organizações de resistência, como a Ação Libertadora Nacional (ALN), que atuava contra a repressão. Após o assassinato de seu companheiro, em 1969, viveu exilada em Cuba, retornando ao Brasil uma década depois.
De volta ao país, Clara participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e continuou sua luta pelos direitos humanos e pela preservação da memória das vítimas do regime militar. Em 1982, foi candidata a deputada estadual pelo PT, recebendo 20 mil votos, mas não se elegeu.
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Mesmo nas últimas décadas, manteve-se ativa em campanhas, manifestações e encontros políticos, sendo reconhecida como uma das figuras mais importantes da esquerda brasileira. Em 2005, Clara passou a coordenar no Brasil o movimento Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo, que surgiu na Suíça, com a proposta de indicar mil mulheres para o Prêmio Nobel da Paz daquele ano.
Clara Charf, primogênita de três filhos, nasceu em Maceió (AL), após seus pais, judeus russos, deixarem a Europa em busca de refúgio. Seu pai, Gdal, trabalhava como mascate, e, apesar das dificuldades, Clara teve a oportunidade de estudar inglês e aprender piano.
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Mais tarde, a família se mudou para o Recife, onde já havia uma comunidade judaica estabelecida.
