São Paulo celebra a Consciência Negra com exposições impactantes, destacando a trajetória da população negra e a luta contra o racismo. Não perca!
No mês da Consciência Negra, a cidade de São Paulo promove exposições que estimulam o debate sobre a trajetória da população negra no Brasil, além de discutir o racismo e a violência resultante da escravização. Os artistas Sérgio Adriano H e Sonia Gomes se destacam na programação cultural, com mostras no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo) e no Instituto Tomie Ohtake, respectivamente.
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A exposição “CORpo MANIFESTO”, de Sérgio Adriano H, está em exibição no CCBB, apresentando mais de 100 obras que questionam as narrativas históricas e a identidade negra no Brasil. A entrada é gratuita e a mostra ficará em cartaz até 9 de fevereiro do próximo ano.
As obras abordam a história, a memória e a luta do povo negro, utilizando o corpo como uma plataforma de resistência e expressão política.
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Esta é a primeira grande exposição individual do artista, que celebra 25 anos de carreira. Uma instalação inédita no Espaço Anexo propõe uma arte que ultrapassa os limites do museu. Sérgio Adriano H destaca que “a vitrine se torna uma extensão do meu trabalho, buscando levar a arte a todos os lugares e criando uma conexão com aqueles que não se sentem convidados a entrar em espaços culturais”.
Os curadores Juliana Crispe e Claudinei Roberto da Silva afirmam que a exposição é um chamado urgente para revisitar a história do país e ressignificar a função da arte na contemporaneidade. “Que essa exposição seja um manifesto para a história do Brasil, que precisa ser interrogada e reconstruída, ativando a educação como campo de ação e transformação”, comenta Crispe.
A exposição “Sonia Gomes – Barroco”, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake até 8 de fevereiro de 2026, destaca a relação entre a obra da artista contemporânea mineira e o legado brasileiro, reconhecendo as marcas do sofrimento decorrentes das violências estruturais de um país com histórico colonial.
A mostra já passou por Ouro Preto e Salvador, cidades essenciais para o barroco brasileiro.
Com curadoria de Paulo Miyada, o projeto reflete sobre o barroco brasileiro como um testemunho do trabalho e da arte de pessoas africanas e afro-brasileiras. A exposição reúne cerca de 80 obras, incluindo materiais do ateliê da artista, revelando aspectos do seu processo criativo.
Sonia Gomes utiliza combinações de tecidos, linhas e outros materiais do cotidiano para criar esculturas e instalações que conectam corpo, território, ancestralidade e invenção.
Segundo o curador, ao se reconhecer como herdeira do barroco brasileiro, “Sonia Gomes nos instiga a pensar o barroco como algo mais do que um estilo artístico europeu transplantado a outras geografias. Essa é uma história inacabada, e a artista é uma de suas protagonistas, reivindicando a beleza para desafiar mitos autoritários de pureza e progresso.”
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.