Um planeta com potencial para abrigar vida foi confirmado por uma equipe de cientistas internacionais. Ele circula na zona habitável de uma estrela semelhante ao Sol e encontra-se geograficamente próximo da Terra: 20 anos-luz de distância.

O planeta HD 20794 d, detectado há dois anos pelo astrônomo Michael Cretignier, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é uma superterra, pois possui uma massa de pelo menos 5,8 vezes a do nosso planeta.

Um estudo, divulgado na revista Astronomy & Astrophysics em janeiro deste ano, aponta que esse exoplaneta está inserido em um sistema planetário, com outros dois corpos celestes, em órbita de uma estrela do tipo G, localizada a 19,7 anos-luz da Terra.

Atualmente, HD 20794 d apresenta uma limitação para que possamos conhecê-lo melhor: ele não transita, do nosso ponto de vista, não passa na frente de sua estrela em relação à Terra.

Dessa forma, um dos métodos principais para estudar a atmosfera de exoplanetas, o de trânsito, fica comprometido, pois nossos fotômetros dependem da passagem da luz estelar pela atmosfera planetária.

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Contudo, essa questão poderá ser superada em breve, explica o autor sênior do estudo, Xavier Dumusque, professor da Universidade de Genebra, na Suíça.

Devido à sua proximidade, seus sinais de luz são mais visíveis e intensos, tornando-o um candidato ideal para futuros telescópios cuja missão será observar diretamente as atmosferas de exoplanetas, prevê o pesquisador.

O HD 20794 d chamou a atenção dos astrônomos devido à sua localização na zona habitável de sua estrela. Essa região define o local onde pode existir água líquida, um fator essencial para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.

Contudo, a zona habitável depende de certas características da estrela anfitriã, incluindo seu brilho, temperatura, idade e composição. Estrelas mais quentes e brilhantes apresentam zonas habitáveis mais afastadas, ao passo que estrelas mais frias e menos brilhantes possuem zonas habitáveis mais próximas.

Planetas como o Sol ou a HD 20794 poderiam, teoricamente, sustentar vida em uma distância entre 0,7 e 1,4 unidades astronômicas.

Em 2022, o Dr. Michael Cretignier identificou, em 2022, um sinal da superterras no âmbito do espectrógrafo HARPS, localizado no Observatório de La Silla, no Chile.

Os dados incluíam 20 anos de análise da luz absorvida e emitida por objetos. Cretignier detectou padrões repetitivos e distintos nas variações do espectro de luz da estrela HD 20794, indicando a presença de um planeta próximo.

A delicadeza do sinal provocou incertezas acerca de sua autêntica procedência: um planeta exercendo sua força gravitacional, uma ocorrência natural da própria estrela ou um mero erro nos instrumentos de medição.

Os cientistas revisaram as medições, utilizando uma versão aprimorada do HARPS: o ESPRESSO. Ambos os instrumentos estão no Chile e são entre os mais avançados do mundo para medir pequenas variações em espectros de luz.

A equipe desenvolveu, ao longo de mais de dois anos, técnicas avançadas de processamento de dados para diferenciar o sinal planetário do ruído de fundo e outros efeitos instrumentais.

Após combinar os resultados de dois espectrógrafos de alta precisão, os autores concluíram “a presença de um sistema de três planetas orbitando a estrela de tipo solar HD 20794”, conforme o estudo.

Em relação ao planeta HD 20794 d, os autores declaram que “é cedo para determinar se ele poderia abrigar vida”. No entanto, esse sistema planetário é uma prioridade para os próximos projetos espaciais que empregarão métodos de imagem direta.

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Fonte por: CNN Brasil