Exército confirma pedido de desligamento antecipado de Mauro Cid
O ex-chefe do Gabinete de Assuntos Estratégicos de Jair Bolsonaro é colaborador no processo da trama golpista, podendo resultar na prisão do ex-presidente.

O Exército informou ter recebido o pedido de desligamento (aposentadoria) do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e um dos réus no processo judicial instaurado pela trama golpista de 2022.
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O advogado Jair Alves Pereira propôs a defesa de Cid aos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em uma das sessões do primeiro dia de julgamento, na terça-feira, 2.
Inclusive, solicitou a baixa do Exército, por não possuir mais condições psicológicas para permanecer como militar, declarou Pereira aos ministros. A CartaCapital, o advogado afirmou que o pedido foi formalizado no início de agosto.
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Caso seja autorizada a baixa, Cid passará a integrar a chamada reserva, que contempla o pagamento de salários. O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou o pedido, que agora será analisado por diversas instâncias da Força.
Os interessados em solicitar baixa deverão formalizar o pedido antes de outubro do ano em curso. Após esses meses, os requerimentos recebidos são avaliados por diferentes setores internos, e a lista dos militares que passarão para a reserva é divulgada em janeiro do ano subsequente. A transferência definitiva para a reserva, caso confirmada, ocorre em março.
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A legislação atual exige que os oficiais tenentes-coronéis possuam 25 anos de serviço para solicitar a transferência para a reserva. Cid, que se formou em novembro de 2000 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), cumprirá este requisito ainda em 2024.
Mauro Cid atuou como principal assessor de Bolsonaro durante o período em que o ex-capitão estava no Palácio do Planalto. O ajudante de ordens era responsável por atividades políticas, financeiras e até domésticas. Sua delação se tornou fundamental para o desenvolvimento das investigações.
Cid foi detido em março de 2024, após o STF determinar que ele infringiu as medidas protetivas e dificultou o trabalho da Justiça ao divulgar gravações para a mídia. Com a ratificação da decisão, em setembro de 2024, ele ingressou em regime de prisão domiciliar.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.