Setores que se reuniram com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta semana, destacaram dificuldades para a abertura de novos mercados, diante do aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, comunicado pelos Estados Unidos.
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Na reunião, a presidente da Aipc (Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau), Anna Paula Losi, informou ao Estadão/Broadcast que é difícil transferir a produção para outros mercados, ainda que seja necessário tornar a indústria brasileira mais competitiva.
“Expandir novos mercados é importante, mas não é algo que resolverá o problema mais urgente. E, no nosso caso, considero improvável que possamos absorver todo o volume de manteiga [de cacau] destinado aos Estados Unidos”, afirmou Anna Paula.
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Os Estados Unidos são o segundo maior importador do produto. “Vamos perder mercado e, se inundar isso aqui no mercado local, teremos um colapso da cadeia como um todo.”
O presidente da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), André Passos, declarou que a busca por novos mercados é “muito difícil” no curto prazo.
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A indústria química nacional exporta atualmente US$ 2,4 bilhões em produtos químicos para os Estados Unidos, com 80% desse volume concentrado em 50 categorias específicas. Os americanos representam o segundo maior mercado do setor químico brasileiro.
Passos considera que a taxa adicional de 50% é insustentável. “É evidente que eles deverão mudar, até por pressão das próprias empresas dos Estados Unidos que operam no Brasil e lá”, avaliou.
De acordo com informações, os envolvidos nas reuniões no Mdic concordaram unânime sobre a manutenção das negociações, inicialmente sem retaliação.
As entidades sindicais suscitaram no governo a questão dos postos de trabalho, considerando que as taxas terão um impacto significativo sobre o setor, e argumentaram que o governo já deva elaborar planos para mitigar essa influência.
As preocupações são as mesmas, com o risco de retração da atividade econômica no país. Há relatos de setores que já paralisaram unidades industriais, em função de importadores que suspenderam o envio de produtos, e outros segmentos que decidiram adiantar coletivas.
Fonte por: CNN Brasil