As orientações visavam preservar certos mecanismos de proteção ao direito ao aborto, com base em uma leitura da Lei de Tratamento Médico de Emergência e do Parto de 1986.
O governo de Donald Trump anunciou na terça-feira (3) a revogação das recomendações estabelecidas por seu antecessor democrata, Joe Biden , que garantiam proteção aos hospitais que realizavam abortos de emergência nos Estados Unidos. A recomendação, que impedia que os hospitais realizassem procedimentos de aborto em situações de risco para a saúde da mulher, mesmo em estados com restrições ao procedimento, foi revogada por uma divisão do Departamento de Saúde, liderada pelo secretário Robert F. Kennedy Jr. O governo Biden publicou as recomendações em julho de 2022, após a Suprema Corte ter revogado o direito ao aborto em âmbito nacional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As diretrizes visavam assegurar algumas proteções para o direito ao aborto, por meio da interpretação da Lei de Tratamento Médico de Emergência e do Parto de 1986.
A recomendação oficial apresenta sua própria interpretação da lei e afirma que qualquer paciente hospitalizado tem o direito de receber “tratamento estabilizador ou transferência apropriada para outro hospital”. Apesar da revogação do trecho sobre as proteções ao aborto, a lei geral que consagra o direito da pessoa a receber serviços médicos de emergência permanece em vigor. “Os pacientes, incluindo as pessoas grávidas, têm os plenos direitos e proteções estabelecidos por esta lei federal”, conclui o memorando divulgado na terça-feira.
O documento indica que o Departamento de Saúde não pode impor a interpretação da lei “quando um aborto é necessário” sobre as leis estaduais que regulamentam o procedimento.
O Instituto Guttmacher, defensor do direito ao aborto, declarou que a revogação das diretrizes da lei conhecida como EMTALA pelo governo Trump demonstra “um cruel desprezo à lei e à vida das pessoas”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Lawrence O. Gostin, especialista em direitos da saúde da Universidade de Georgetown, escreveu no New York Times que a nova diretriz “basicamente dá sinal verde para que hospitais em estados conservadores recusem mulheres grávidas em perigo”.
Segundo o Guttmacher, 13 estados americanos, principalmente no Sul e no Leste, têm “uma proibição total ao aborto”.
Esta é a ação mais recente de Trump e seu governo para restringir o acesso ao procedimento.
Na primeira semana do segundo mandato, o republicano revogou duas ordens executivas assinadas por Biden que protegiam o acesso às pílulas abortivas e a possibilidade de viajar para estados onde a interrupção da gravidez não é proibida.
Publicado por Luisa Cardoso com informações da AFP
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.