Executivo tem dificuldades ao adotar ações populares visando reduzir a queda de apoio

Pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) avalia a situação; governo lança plano social para o período de outono.

07/06/2025 4:27

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Executivo tem dificuldades ao adotar ações populares visando reduzir a queda de apoio

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que deverá apresentar, no segundo semestre, um conjunto de ações nas áreas sociais, direcionado principalmente aos eleitores de baixa renda.

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Uma pesquisa da Genial-Quaest, publicada na quarta-feira (4), revelou que a impopularidade do presidente aumentou entre um dos públicos mais leais ao petista: aqueles que recebem até dois salários-mínimos.

Assim, o presidente pediu à Casa Civil ações de impacto rápido e direto, principalmente aquelas que envolvam a oferta de crédito a taxas reduzidas, e planeja divulgá-las nos próximos meses.

A lista inclui financiamento para motocicletas de entregadores de comida, um programa de crédito para jovens que desejam iniciar um negócio próprio, linhas de crédito para mulheres que buscam reformar seus imóveis e acesso à cesta básica para idosos de baixa renda.

Além disso, existem medidas já anunciadas, como a tarifa social de energia elétrica, o vale-gás e a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil.

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O petista também planeja integrar-se a viagens temáticas organizadas pelos órgãos ministeriais. Uma delas é o programa de consultas com especialistas conduzido pelo Ministério da Saúde.

O chefe do executivo expressou a vontade de participar de inspeções de obras públicas e comparecer a eventos culturais com recursos federais.

De acordo com informações da CNN, a avaliação é que até o momento o governo Lula não conseguiu promover o debate público. E tem permanecido refém de crises políticas ou de críticas da oposição. Em declarações de um assessor, a gestão não pode “seguir à deriva”.

Em conversas privadas, assessores do palácio admitem que o incidente do IOF contribuiu para preservar a imagem de baixo desempenho do presidente, um exemplo do que o governo petista não deveria praticar: divulgar ações sem consultar a liderança do Congresso Nacional.

Para Eduardo Grin, especialista em Administração Pública e Governo e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não há garantia de que medidas populares revertam rapidamente a desaprovação do presidente e do governo. Contudo, ele considera que é a opção viável. “Não tem alternativa”, afirmou.

Existe um cenário na sociedade brasileira em que os indicadores demonstram sinais contraditórios. A taxa de desemprego é baixa, o salário real está em ascensão, porém a percepção é de que a economia está em declínio e que o governo está equivocada.

O estudo indica que se faz necessária uma resposta imediata para recuperar eleitores.

Não será algo linear. Devido a fatores como a inflação e uma oposição extremamente eficaz na comunicação digital, por exemplo. O mundo não vai esperar pelo governo, alertou.

De acordo com Grin, tudo também dependerá de como esses produtos serão embalados. É fundamental que a comunicação do governo seja eficaz; precisa ser precisa na forma como se comunica com os eleitores, principalmente para compensar um dos principais problemas que é o custo dos alimentos.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.