Exames de tomografia revelam detalhes de espécie extinta há 260 milhões de anos no Rio Grande do Sul

Estudo da Universidade Federal do Pampa e do Museu Nacional revela imagens inéditas do interior do crânio e dos ossos de *Rastodon procurvidens*.

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(Imagem de reprodução da internet).

Um fóssil brasileiro de 260 milhões de anos, denominado Rastodon procurvidens, “abriu a boca” para a ciência, por meio da aplicação de tomografia computadorizada de alta resolução.

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O espécime foi localizado na área norte de São Gabriel, na região do Pampa gaúcho, com uma idade superior a 260 milhões de anos.

Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa, no Rio Grande do Sul, e do Museu Nacional, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), abriram o acesso ao interior do crânio e dos ossos do animal, expondo detalhes inéditos.

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A pesquisa indica que o fóssil pertence a um grupo extinto denominado “dicinodonte”. Parentes distantes dos mamíferos, foram herbívoros cruciais no período final da Era Paleozoica e no início da Era Mesozoica, há mais de 250 milhões de anos.

João Lucas da Silva, líder do estudo publicado no Zoological Journal of the Linnean Society, ressalta que “O Rastodon estava literalmente com a boca fechada há mais de 250 milhões de anos. Com a micro-tomografia, conseguimos abri-la e revelar detalhes incríveis da sua história evolutiva”.

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A análise indicou as características de determinados ossos do crânio e do esqueleto, confirmando que se tratava de um jovem adulto. Esses dados auxiliaram na reclassificação do Rastodon na árvore evolutiva dos dicinodontes, evidenciando que ele pertencia a um grupo que construía tocas no solo.

As informações indicam que a descoberta também ressalta o papel da América do Sul como um local significativo para a origem e evolução desses animais, antecedendo o surgimento dos dinossauros.

Antes dos dinossauros, os dicinodontes eram os herbívoros predominantes, e o estudo de como esses animais viviam fornece informações sobre sua evolução. Com o Rastodon, foram realizadas análises histológicas que examinaram a microestrutura dos ossos desse animal, demonstrando que ele era de porte pequeno, afirma Marina Bento Soares, paleontóloga do Museu Nacional – UFRJ.

Espécie extinta.

Os dicinodontes exibem um bico sem dentes e duas presas que costumam ser posicionadas para trás. Descobrir em 2016, o Rastodon despertou interesse, devido às suas presas curvas, direcionadas para frente, semelhantes a presilhas, o que o distinguia do padrão usual de seu grupo.

Com o material devidamente preparado e com o auxílio da micro-tomografia, foi possível “digitalizar” o espécime e produzir modelos 3D, possibilitando que os cientistas visualizassem internamente o cérebro do animal fossilizado, que estava com a boca fechada.

A investigação revelou que, embora em bom estado de conservação, há uma lacuna na região da parte posterior da coluna vertebral e da cintura pélvica.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.

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