Ex-presidente Michel Temer recebe crítica de Cármen Lúcia, que comenta sobre o silêncio e revela detalhes sobre o caso envolvendo Dino Bueno
Luiz Fux acirrou a tensão na Primeira Turma ao impedir que outros ministros falassem.

A ministra Cármen Lúcia permitiu que o ministro Flávio Dino interrompesse a leitura de seu voto para proferir um breve comentário, denominado no Supremo Tribunal Federal como “aparte”. O diálogo representou uma reação à solicitação do ministro Luiz Fux de não ser interrompido durante a sua leitura de mais de 12 horas no julgamento do cerne da trama golpista.
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“Ministro Dino, você pode ter um momento?” perguntou Cármen Lúcia. “Todos, ministro,” respondeu a magistrada.
Dino acrescentou, em tom de brincadeira, que seria literal na compreensão. “Todos desde que rápidos, porque nós, mulheres, ficamos dois mil anos caladas e queremos ter o direito de falar”, prosseguiu Cármen. “Mas concedo como sempre. Está no regimento do Supremo. Debate faz parte dos julgamentos e tenho o maior gosto em ouvir. Sou da prosa.”
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Na terça-feira, 9, Fux acirrou as tensões na Primeira Turma após Dino interromper o voto de Moraes (com a permissão do relator).
Conforme estabelecemos naquela sala, os ministros votariam diretamente, sem interferências de outros colegas, embora tenha sido bastante apropriada a intervenção do ministro Flávio Dino, afirmou Fux.
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“Mas essa parte foi solicitada a mim e não a vossa excelência”, devolveu Moraes. “Pode ficar tranquilo, ministro Fux, não vou pedir aparte no seu voto”, emendou Dino.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.