Ex-presidente da Coreia do Sul é preso novamente por decreto de lei marcial
Tribunal de Seul que decidiu pela prisão preventiva assume investigação autônoma sobre Yoon Suk Yeol.

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi novamente detido em decorrência de uma investigação independente relacionada à sua declaração de lei marcial no último ano.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O advogado independente responsável pela investigação informou que o Tribunal Distrital Central de Seul autorizou um mandado de prisão para Yoon na manhã desta quinta-feira (10), em razão de preocupações com a eliminação de evidências.
A declaração surpreendente do ex-presidente em dezembro provocou uma crise constitucional na Coreia do Sul e foi amplamente criticada por comprometer a democracia do país.
Leia também:

Plenário analisa e vota projeto que consolida a Lei de Incentivo ao Esporte

Ministério Público denuncia ex-presidente do Solidariedade por lavagem de dinheiro

Governo Lula é principal responsável pelo protagonismo nas negociações com os Estados Unidos, afirma Tarcísio
Ele alterou sua decisão em seis horas, após os parlamentares forçarem a entrada no Congresso e votarem unânime para bloqueá-la.
Yoon foi preso em janeiro sob a acusação de liderar uma revolta, sendo o primeiro presidente na história da Coreia do Sul a ser detido enquanto exercia o cargo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Foi solto em março, após o tribunal de Seul revogar a ordem de prisão por questões técnicas.
Em abril, o Tribunal Constitucional decidiu unânimemente pela remoção de Yoon do cargo, considerando suas ações como uma “grave traição à confiança do povo”.
Desde então, ele passou por várias investigações criminais. De acordo com o advogado, o ex-presidente está sendo acusado de abuso de poder e obstrução de atividades oficiais.
O advogado, em seu pedido de habeas corpus, sustentou que Yoon decretou estado de emergência em decorrência da tentativa de solucionar o conflito político gerado pela maioria da oposição na Assembleia Nacional e pelo processo de impeachment de diversos altos escalões do governo.
Ele é acusado de enviar tropas para impedir a entrada de parlamentares no prédio da Assembleia Nacional com o objetivo de invalidar o decreto e de ordenar o “arrombamento das portas” do parlamento e o “arrastamento de pessoas para fora”, inclusive mediante o uso de armas de fogo.
O ex-líder se mantém na negativa de que tenha determinado o emprego de armamento.
O advogado também alega que Yoon ordenou ao seu comandante a priorizar a prisão de figuras políticas importantes, incluindo o então líder da oposição, Lee Jae-myung, que é o atual presidente do país.
Ele também é acusado de ordenar que o serviço de segurança presidencial dissimule registros de comunicações de telefones seguros após o término da lei marcial.
Yoon é acusado de impedir a execução de mandados pelo Escritório de Investigação de Corrupção em dezembro e janeiro, mobilizando a equipe de segurança presidencial e autorizando o uso da força.
Os advogados do ex-presidente declararam que o pedido de mandado foi “apressado e injustificado” e consideraram a investigação como “falida e politicamente motivada”.
Discorreram que as interrogações do advogado durante a apuração envolvendo Yoon eram meramente elementares em relação às alegações e o pedido de mandado não apresentava nenhuma acusação de infidelidade.
A grande parte dos indivíduos envolvidos já foi presa e está sendo julgada, assim, todas as provas relevantes foram obtidas e não há risco de destruição de provas.
Grupos de advogados independentes foram formados para investigar Yoon após sua renúncia ao cargo e a eleição de Lee em uma eleição presidencial antecipada em junho.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.