Ex-policial dos EUA recebe sentença de quase três anos de reclusão em decorrência da morte de Breonna Taylor

O homicídio, em 2020, desencadeou uma série de manifestações no país; o governo Trump buscava a anulação do ex-agente.

22/07/2025 6:13

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Ex-policial dos EUA recebe sentença de quase três anos de reclusão em decorrência da morte de Breonna Taylor
(Imagem de reprodução da internet).

A juíza federal dos Estados Unidos negou, na segunda-feira 21, o pedido de clemência do Departamento de Justiça, e sentenciou um ex-policial a quase três anos de prisão por infringir os direitos civis de uma mulher negra, cuja morte em 2020 provocou protestos em massa.

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O ex-detetive Brett Hankison foi condenado em novembro, por uma corte júri, por violar os direitos civis de Breonna Taylor em decorrência dos disparos realizados durante uma operação que terminou mal em sua casa.

Na última semana, Harmeet Dhillon, diretora da Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça durante a administração Trump, pediu à juíza Rebecca Jennings que condenasse Hankison ao período já cumprido, pelo único dia em que o policial esteve detido após sua prisão.

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Contudo, Jennings, designada por Donald Trump em seu primeiro mandato (2017-2021), recusou a solicitação e manifestou preocupação com o pedido de anistia, relatou o Louisville Courier Journal.

A juíza o condenou a 33 meses de prisão e três anos de liberdade condicional. Ele corria o risco de uma pena de prisão perpétua.

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As mortes de Breonna, aos 26 anos, e de George Floyd, um homem negro de 46 anos falecido por um policial branco em maio de 2020, desencadearam uma onda de protestos nos Estados Unidos e no mundo contra a discriminação racial e a violência policial.

Em março de 2020, Breonna e seu companheiro, Kenneth Walker, estavam dormindo em seu apartamento em Louisville quando ouviram um ruído na porta.

O senhor Walker acreditou que havia uma invasão em sua residência, atirou e atingiu um policial.

A polícia, após receber uma ordem de busca questionável para uma cela ligada a drogas, reagiu com mais de 30 tiros. Breonna foi ferida e faleceu.

Hankison realizou dez disparos durante a operação, sem causar ferimentos a ninguém.

Dhillon, em seu memorando, defendeu que uma pena extensa de prisão para Hankison seria “injusta”.

Hankison não disparou contra Taylor e não é responsável por sua morte, declarou.

Hankison não causou lesões a ela ou a qualquer outra pessoa presente no local naquele dia, ainda que tenha disparado sua arma de serviço repetidamente contra a residência de Taylor.

Os advogados da família Taylor ressaltaram, em reação ao veredicto, que, ainda que a decisão não correspondesse totalmente à magnitude do prejuízo, representou um resultado melhor do que o requerido pelo Departamento de Justiça.

Continuamos a respeitar a decisão do tribunal, porém, prosseguiremos com denúncias sobre a falta de defesa do Departamento de Justiça em relação aos direitos de Breonna e de todas as mulheres negras cujas vidas são consideradas dispensáveis.

Em maio, o Departamento de Justiça decidiu revogar as denúncias feitas pelo governo do ex-presidente Joe Biden contra as polícias de Louisville e Minneapolis.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.