A discussão se segue o anúncio do Departamento de Estado dos EUA sobre a revogação de vistos e a imposição de restrições a membros do governo brasileiro…
O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) discutiram na CNN Arena se o Brasil fez o correto ao importar médicos cubanos para o programa Mais Médicos, implementado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2013.
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A discussão se segue após o Departamento de Estado dos EUA anunciar a revogação de vistos e a imposição de restrições a funcionários do governo brasileiro, ex-integrantes da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), ligados ao Mais Médicos, e seus familiares. A medida se deve à contratação de médicos cubanos pelo programa.
Para Zarattini, a Mais Médicos representou uma decisão acertada da gestão Dilma, que expandiu a atuação dos profissionais para “quase todo o território nacional”, incluindo locais que anteriormente não possuíam atendimento médico.
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De acordo com o deputado, 66 milhões de pessoas receberam atendimento por meio dos profissionais contratados por meio da parceria entre o governo brasileiro, a Opas e o governo de Cuba.
Queiroga, que também é médico e foi ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL), concordou e afirmou que a ideia foi “fundamental” para o SUS (Sistema Único de Saúde), mas discordou ao citar a forma de contratação realizada, pois, segundo ele, os médicos vindos de Cuba não tinham os diplomas revalidados pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) dos estados em que iriam atuar.
Ademais, o ex-ministro declarou que uma parcela do valor pago pelo Brasil aos profissionais era “retenida” pelo governo cubano, configurando uma contratação “atentatória” aos direitos humanos, além de afirmar que os médicos e seus familiares eram “reféns” do regime de Cuba.
Zarattini declarou que era um “delírio” afirmar que os cubanos eram reféns do governo, e ressaltou que nunca houve denúncias de trabalho escravo.
Ao comentar sobre a medida anunciada pelo governo americano, o deputado declarou que as ações dos Estados Unidos possuem cunho “imperialista”, defendendo apenas os interesses da gestão de Donald Trump, e não dos americanos, além de representarem um ataque à soberania brasileira.
Queiroga defendeu a medida, afirmando que se tratava de uma atitude isolada do governo americano, sendo responsabilidade do Itamaraty e da diplomacia brasileira solucionar a questão, relembrando o relacionamento enquanto ministro da Saúde com o então presidente dos EUA, Joe Biden.
Sob a supervisão de Douglas Porto.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.