PF Prisona Ex-Lideres do INSS em Fase da Investigação de Esquema de Descontos
A Polícia Federal deflagrou, na quinta-feira (13.nov.2025), a quarta fase de uma operação investigando um esquema de descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, relator do caso, resultou na prisão de nove pessoas. A decisão judicial está disponível em formato PDF (364 kB). Entre os detidos, figura o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que ocupou o cargo desde julho de 2023, substituindo Glauco Wamburg, afastado por suspeitas de irregularidades.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Principais Detidos
A lista de presos inclui Alessandro Stefanutto, apontado como figura central no esquema, além de Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, e André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS. Outros envolvidos são Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, Thaisa Hoffmann, empresária e esposa de Virgílio, Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), irmão do presidente da entidade, Carlos Lopes, Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário ligado à Conafer, e Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, também ligado à Conafer.
Acusações e Investigação
Segundo a PF, os investigados podem responder por inserção de dados falsos em sistemas públicos, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial. A operação envolve 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva em diversos estados, incluindo Brasília, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Reações e Declarações
Em nota, a defesa de Alessandro Stefanutto afirmou que a prisão é “completamente ilegal” e que não teve acesso à decisão. Os advogados declaram que seguirão confiantes na comprovação da inocência do ex-presidente. Já Euclydes Pettersen, advogado de Stefanutto, expressou apoio ao trabalho das autoridades e disse que já foi alvo de operações sem que o Judiciário recebesse denúncias por falta de provas.
O presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, não foi localizado e continua sendo procurado. Em 30 de setembro, teve a prerrogativa senatorial suspensa por falso testemunho na CPMI do INSS.
LEIA TAMBÉM!
“Reitero que toda operação representa, para alguns, um fim, e para outros, uma libertação. Já fui alvo de duas operações: em uma delas, fui absolvido, e na outra, o Judiciário sequer recebeu a denúncia, por falta de provas que comprovassem qualquer prática criminosa. Deixo claro que apoio integralmente o trabalho das autoridades competentes e me coloco à inteira disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Acredito na justiça, na verdade e na importância das investigações sérias, conduzidas dentro da legalidade e com total transparência.”
