Ex-Diretor do INSS, André Fidelis, é Acusado de Receber R$ 3,4 Milhões em Propinas

Ex-Diretor do INSS Recebeu R$ 3,4 Milhões em Propinas

André Fidelis, ex-diretor de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), foi acusado de receber R$ 3,4 milhões em propinas entre 2023 e 2024. As investigações da PF (Polícia Federal) fazem parte da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos não autorizados de aposentados e pensionistas.

Nesta quinta-feira (13), a PF focou no “núcleo político” do esquema em uma nova fase da operação. Fidelis, que foi afastado do cargo em abril e posteriormente pediu demissão, é um dos principais envolvidos no caso. Além dele, a PF prendeu dois ex-integrantes da gestão de Stefanutto e cumpriu mandados de busca contra dois deputados e um ex-ministro da Previdência.

Responsabilidades e Conexões

Fidelis era responsável pelos pagamentos investigados, enquanto Virgílio Oliveira Filho atuava como procurador-geral do INSS. A PF identificou Fidelis como “Herói A” em mensagens interceptadas, destacando sua importância na manutenção do esquema fraudulento entre o INSS e a Conafer.

Os pagamentos recebidos por Fidelis eram intermediados por um operador financeiro, Cícero Marcelino de Souza Santos. A investigação revelou que o ex-diretor recebia vantagens em troca de favorecimento institucional e omissão na fiscalização do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o INSS e a Conafer, resultando em R$ 708 milhões em descontos ilegais.

Desdobramentos da Operação

A PF também investiga a atuação de três autoridades da autarquia e outras duas que estariam supostamente envolvidas no esquema. A operação revelou que Stefanutto autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos, contrariando pareceres internos.

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Fidelis, mesmo diante das denúncias, assinou novos termos de cooperação em 2024 e compareceu a eventos de entidades investigadas. Seu filho, Eric Douglas Martins Fidelis, é advogado e teria vínculos com essas entidades, atuando em causas contra o INSS.

Mandados de Busca e Apreensão

O ex-ministro José Carlos Oliveira, que atuou durante o governo de Jair Bolsonaro, também foi alvo de busca e apreensão e deverá usar tornozeleira eletrônica. Os deputados Euclydes Pettersen e Edson Araújo também foram alvo de mandados de busca.

Na casa de Edson Araújo, a PF apreendeu maços de dinheiro em espécie, que serão investigados. O cumprimento das 63 medidas de busca e 10 prisões foi determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e executado pela PF na nova fase da Operação Sem Desconto.