Ex-chefe do Estado-Maior do Exército de Israel justifica mortes de palestinos em Gaza

O general Aharon Haliva liderou a Inteligência Militar durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 e renunciou em 2024.

18/08/2025 8:55

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O major-general Aharon Haliva, ex-chefe da inteligência militar de Israel, em um áudio vazado, declara que as mortes de dezenas de milhares de palestinos em Gaza são “necessárias para as gerações futuras”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Para o que ocorreu em 7 de outubro, para cada indivíduo que esteve presente nessa data, 50 palestinos devem morrer”, declarou Haliva, das IDF (Forças de Defesa de Israel), em gravações divulgadas pelo Canal 12 de notícias de Israel na sexta-feira (15). “Não importa se são crianças.”

Ele afirmou que o número de 50 mil mortos em Gaza é uma necessidade e uma necessidade para as gerações futuras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não ficou claro quando ele estava falando, mas o número de mortos em Gaza ultrapassou 50 mil em março.

“Não há escolha — de vez em quando, eles precisam de uma Nakba para sentir o preço”, afirmou Haliva.

Leia também:

A Nakba, ou “catástrofe” em árabe, é um evento fundamental na história palestina, quando aproximadamente 700 mil palestinos foram forçados a deixar suas casas ou foram expulsos por grupos judaicos armados em 1948, no estabelecimento do Estado de Israel.

Aharon Haliva

Haliva ocupava a posição de chefe da inteligência militar israelense em 7 de outubro de 2023, data em que o Hamas iniciou ataques à região sul de Israel, resultando na morte de 1.200 indivíduos e o sequestro de 250 pessoas.

Ele renunciou à posição em abril de 2024 devido à sua responsabilidade de liderança, tornando-se o primeiro oficial sênior das IDF a fazê-lo.

As gravações extensas aparentam ser diálogos prolongados com Haliva, porém o Canal 12 não identifica a pessoa com quem o oficial aposentado está falando.

A principal alegação de Haliva nas gravações é que o exército israelense não é a única organização responsável pelos fracassos que resultaram nos ataques de 7 de outubro.

Atribui-se a responsabilidade à liderança política de Israel e ao Shin Bet, a Agência de Segurança Interna, por acreditarem que o Hamas não lançaria um ataque.

Haliva declarou ao Canal 12 de Israel que as gravações ocorreram em um “fórum fechado”, e que ela “só pode lamentar isso”.

Ele descreveu as gravações como “fragmentos de coisas parciais”, incapazes de refletir o panorama completo — sobretudo em questões complexas e detalhadas, a maioria das quais são altamente confidenciais.

A pressão sobre Israel

Israel recebe críticas crescentes em relação à guerra em Gaza e seus novos planos de ocupação da cidade de Gaza.

Na semana passada, o primeiro-ministro neozelandês, Christoper Luxon, declarou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia “perdido o senso” e que a tomada da Cidade de Gaza seria “completamente, totalmente inaceitável”.

Na sexta-feira (15), a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou em uma entrevista ao jornal Jyllands-Posten que “Netanyahu se tornou um problema em si”.

O Hamas censurou as declarações de Haliva e declarou que a gravação de áudio “comprova que crimes contra nosso povo são decisões de alto nível e políticas oficiais da liderança política e de segurança do inimigo”.

Um relatório do Comitê Especial das Nações Unidas, publicado em novembro passado, concluiu que a conduta de Israel em Gaza “é consistente com as características do genocídio”.

Em dezembro passado, dois grupos de direitos humanos israelenses também acusaram Israel de cometer genocídio em Gaza. O exército israelense afirmou que a alegação era “completamente infundada”.

Israel negou repetidamente as alegações de genocídio, afirmando agir em conformidade com o direito internacional.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.