A relação entre Brasil e Estados Unidos pode enfrentar novas instabilidades com o aumento da importância do crime organizado na agenda bilateral e a crescente chance de que essas organizações sejam consideradas como “terroristas”, conforme avalia o diretor-executivo para as Américas da Eurasia Group, Christopher Garman.
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A operação recente da Polícia Federal, a maior da história brasileira contra o crime organizado, evidenciou o aumento da sofisticação dessas organizações criminosas e sua influência no setor privado. As investigações indicaram a movimentação de recursos bilionários em fundos no mercado financeiro, além da forte atuação nos setores de combustíveis, transportes e agronegócio.
A situação se torna ainda mais complexa com a possibilidade dos Estados Unidos designarem o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho como grupos terroristas.
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Isso ampliaria o conjunto de multas que o governo americano pode aplicar a qualquer instituição financeira ou empresarial que desenvolva negócios com o crime organizado, segundo Garman.
A análise aponta que a administração de Donald Trump tem considerado o combate aos grupos narcotraficantes como uma das principais prioridades de sua política externa na região. Essa posição levou à classificação de cartéis mexicanos e grupos venezuelanos como organizações terroristas, juntamente com a presença militar dos Estados Unidos na costa do Venezuela para combater o tráfico de drogas.
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O governo Trump acusa o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de ser o líder de um cartel e elevou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à sua prisão. A Casa Branca já destacou que está pronto para usar “todos os elementos do poder americano para impedir que drogas inundem nosso país”.
A segurança pública também deve ter relevância considerável nas próximas eleições, visto que pesquisas de opinião já indicam que é uma das principais preocupações dos eleitores, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina.
A operação representa um novo capítulo, não só dominando as eleições presidenciais, mas também um tema cada vez mais importante para o setor privado e o sistema político como um todo, afirma o especialista.
Revisado por Danilo Cruz, da CNN Brasil em São Paulo.
Fonte por: CNN Brasil