EUA socorrem Argentina com US$ 20 bilhões; críticos veem política por trás da ação
Críticos afirmam que a medida está mais ligada à política do que a questões econômicas ou interesses dos Estados Unidos.
Governo Trump Intervém na Argentina com Resgate Financeiro
O governo Trump está intervindo na Argentina em uma ação que, segundo críticos, é mais motivada por questões políticas do que por interesses econômicos ou americanos. Isso implica que US$ 20 bilhões dos contribuintes dos EUA serão utilizados para apoiar um país sob a liderança de um aliado próximo de Donald Trump, o libertário Javier Milei.
Na terça-feira (14), Trump e Milei se encontraram na Casa Branca para uma reunião bilateral, onde discutiram o resgate financeiro e tarifas. Trump afirmou que a ajuda “visa realmente ajudar uma boa filosofia financeira” e “para que possamos ajudar nossos vizinhos”.
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Contexto da Crise Argentina
A Argentina enfrenta um sério risco de colapso financeiro. A moeda do país desvalorizou-se drasticamente após a derrota do partido de Milei nas eleições do mês passado, o que abalou a confiança dos investidores em suas reformas econômicas. Desde que assumiu o cargo em 2023, Milei implementou cortes de gastos e demissões no setor público, resultando em uma queda na inflação para o menor ritmo mensal em mais de quatro anos.
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O governo Trump argumenta que a crise financeira argentina pode afetar outras economias se não for contida rapidamente. Além disso, autoridades alertam sobre o risco de a Argentina, uma importante economia sul-americana, estreitar laços com a China.
Medidas do Governo dos EUA
Na quinta-feira (9), Bessent anunciou que o resgate da Argentina está avançando de duas formas principais. O governo dos EUA finalizou um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com o banco central argentino, permitindo a troca da moeda local pelo dólar americano, o que é considerado um empréstimo.
Além disso, a administração Trump adquiriu uma quantia não revelada de pesos argentinos, uma ação rara desde 1996, segundo o Federal Reserve Bank de Nova York. Essas iniciativas têm como objetivo estabilizar os mercados financeiros da Argentina.
Controvérsias em Torno do Resgate
Os EUA já ofereceram ajuda financeira a outros países em dificuldades, mas críticos afirmam que este resgate não é urgente e ocorre em um momento delicado. Eles acusam Trump de usar recursos públicos para apoiar um aliado pessoal. A senadora Elizabeth Warren criticou a decisão, questionando a lógica de apoiar um governo estrangeiro enquanto o governo dos EUA enfrenta uma paralisação.
Além disso, o resgate pode impactar negativamente os agricultores americanos, que já enfrentam dificuldades devido às políticas comerciais de Trump. A China, grande compradora de soja dos EUA, suspendeu as compras em resposta à guerra comercial, enquanto a Argentina, ao suspender impostos de exportação, atraiu compras chinesas de soja argentina.
Beneficiários do Resgate
Os críticos afirmam que, além de Milei e do tesouro argentino, o resgate também beneficiará gestores de fundos ricos que detêm dívidas e ativos argentinos. Rob Citrone, um bilionário com investimentos significativos na Argentina, é um dos que podem lucrar com essa situação.
Bessent, no entanto, defendeu a ação, afirmando que o objetivo é manter o interesse estratégico dos EUA no Hemisfério Ocidental. Oito democratas, incluindo Warren, apresentaram um projeto de lei no Congresso para bloquear o resgate da Argentina.
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.