EUA intensifica guerra comercial com a China ao aumentar tarifas para 130%

Após meses de trégua, Trump divulga novas tarifas a partir de 1° de novembro, intensificando as tensões com Pequim.

10/10/2025 18:36

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Trump anuncia tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses

O presidente Donald Trump revelou que irá implementar uma tarifa extra de 100% sobre produtos da China, além das tarifas de 30% já existentes, a partir de 1º de novembro ou antes. Essa medida representa uma escalada significativa após meses de trégua nas relações comerciais entre os dois países.

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“Os Estados Unidos da América imporão uma tarifa de 100% à China, além de qualquer tarifa que eles estejam pagando atualmente”, afirmou Trump em uma publicação no Truth Social na tarde de sexta-feira (10). “Além disso, em 1º de novembro, aplicaremos controles de exportação sobre todo e qualquer software crítico.”

Impacto das novas tarifas

O anúncio de Trump está relacionado ao aumento dos controles de exportação de terras raras por Pequim, que são essenciais para a produção de diversos eletrônicos. Como consequência, Trump aparentemente cancelou uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, que estava marcada para o final deste mês na Coreia do Sul.

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A mensagem inicial de Trump, que ameaçava novas tarifas “massivas”, foi recebida com preocupação pelos investidores, lembrando a situação da primavera, quando as tarifas sobre produtos chineses alcançaram 145%. Os mercados fecharam em queda acentuada, com o Dow Jones perdendo 878 pontos, ou 1,9%. O S&P 500 caiu 2,7%, e o Nasdaq, que tem forte presença de empresas de tecnologia, despencou 3,5%.

Interdependência econômica entre EUA e China

Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias do mundo. Embora o México tenha recentemente superado a China como principal fonte de produtos importados pelos EUA, os norte-americanos ainda dependem da China para centenas de bilhões de dólares em mercadorias.

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A China, por sua vez, é um dos principais mercados de exportação dos EUA, com eletrônicos, vestuário e móveis figurando entre os principais produtos importados. Trump pressionou executivos, especialmente do setor de tecnologia, a transferir a produção para os Estados Unidos, mas suavizou sua abordagem nos últimos meses, à medida que líderes empresariais anunciaram investimentos significativos na indústria manufatureira americana.

Desafios nas relações comerciais

Após impor tarifas mínimas de 145% sobre produtos chineses, Trump concedeu uma isenção para eletrônicos, reduzindo as tarifas para 20%. Essa decisão foi um reconhecimento do impacto negativo que suas tarifas estavam causando à economia americana.

Em maio, autoridades dos dois países concordaram em reduzir tarifas entre si, com a China diminuindo as taxas sobre exportações americanas de 125% para 10%, enquanto os EUA reduziram as taxas de 145% para 30%. Isso resultou em uma recuperação nos mercados de ações de ambos os países.

Hostilidade comercial crescente

Na sexta-feira, Trump afirmou que a hostilidade comercial da China “surgiu do nada”, mas essa tensão já se desenvolvia há meses. Para os EUA, um aspecto crucial dos acordos comerciais é garantir que Pequim aumente seu fornecimento de ímãs de terras raras.

Apesar de alguns avanços, Trump acusou repetidamente a China de violar os termos acordados. Ele inicialmente impôs restrições às vendas de tecnologias americanas para a China, incluindo um chip de IA da Nvidia, embora muitas dessas restrições tenham sido suspensas posteriormente.

Além disso, o governo Trump anunciou que imporia taxas sobre mercadorias transportadas em navios de propriedade ou operados por chineses, levando a China a responder com um plano semelhante para navios americanos. A capacidade de Trump de continuar a impor tarifas pode ser limitada por um caso histórico que será julgado na Suprema Corte no próximo mês, enquanto Xi não enfrenta tais restrições.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.