EUA iniciam retirada de tropas da Romênia em meio a tensões com a Rússia e críticas do Partido Republicano

Retirada de Tropas Americanas da Romênia

Os Estados Unidos estão retirando algumas de suas tropas da Romênia, localizada no leste europeu. Essa decisão foi anunciada enquanto o Pentágono busca redirecionar seu foco da Europa para a defesa interna e para a América Latina, conforme informaram autoridades americanas e europeias nesta quarta-feira (29).

A 2ª Brigada de Infantaria de Combate da 101ª Divisão Aerotransportada está sendo enviada de volta para o Kentucky, e não haverá substituição da unidade após a rotação programada para fora da Europa Oriental, segundo o Exército dos EUA na Europa e na África.

Aumento das Ameaças na Região

Esse reposicionamento ocorre em um contexto de crescente ameaça da Rússia nos países do Leste Europeu, que inclui diversas incursões de drones no espaço aéreo polonês e repetidas violações do espaço aéreo lituano. O Exército dos EUA destacou que a redução de tropas faz parte de um “processo deliberado” do secretário de Defesa, Pete Hegseth, para manter uma postura equilibrada das forças militares americanas.

O comunicado do Exército enfatizou que essa ação não significa uma retirada dos EUA da Europa, nem um sinal de diminuição do compromisso com a Otan e o Artigo 5. Pelo contrário, é um indicativo do fortalecimento da capacidade e responsabilidade europeias na defesa.

Reação do Ministério da Defesa da Romênia

O Ministério da Defesa da Romênia, em um comunicado separado, informou que foi notificado sobre a retirada de algumas tropas americanas como parte da reavaliação da presença militar global dos EUA. Aproximadamente mil soldados americanos continuarão em território romeno.

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O ministério também destacou que a redução das forças americanas reflete as novas prioridades da administração presidencial. As tropas serão retiradas da Base Aérea Mihail Kogalniceanu, situada no Mar Negro, em frente à Crimeia, que permanece sob controle russo.

Críticas do Partido Republicano

A retirada de tropas gerou uma reação negativa do Partido Republicano em relação às decisões do Pentágono. O senador Roger Wicker e o deputado Mike Rogers expressaram preocupação, afirmando que a medida “envia o sinal errado à Rússia” em um momento crítico de negociações de paz.

Os parlamentares criticaram a falta de consulta ao Congresso antes da decisão e buscarão esclarecimentos sobre o impacto dessa ação na postura de dissuasão e defesa da Otan, além de verificar se houve coordenação com os aliados para mitigar as consequências.

Presença Militar dos EUA na Europa

Apesar da retirada, os EUA ainda mantêm mais tropas mobilizadas na Europa do que antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, conforme afirmaram autoridades da Otan. Os planejadores de defesa da organização estão monitorando a situação para avaliar se os EUA pretendem reduzir ainda mais sua presença na região.

Essa possível redução pode exigir que a Otan reconsidere a disposição das tropas aliadas no continente, segundo uma das autoridades consultadas.