EUA iniciam perfuração de petróleo e gás em refúgio de vida selvagem no Alasca
A perfuração em área intocada gera conflito entre legisladores do Alasca e corporações tribais, que buscam empregos, e conservacionistas que defendem o ecossist…
Medidas do Governo Trump para o Alasca
Na quinta-feira (23), o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou diversas ações para permitir o desenvolvimento de energia e infraestrutura na área selvagem do Alasca. Entre as medidas, está a autorização para perfuração de petróleo e gás no remoto Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico.
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As mudanças políticas afetam o extenso refúgio que abriga ursos polares, caribus, porcos-espinhos, aves migratórias e outras espécies. A exploração na região intocada gerou conflitos entre legisladores do Alasca e corporações tribais, que priorizam empregos e receitas, e conservacionistas que defendem a preservação do ecossistema local.
Reabertura da Planície Costeira
O Departamento do Interior informou que reabrirá toda a Planície Costeira de 1,56 milhão de acres (0,6 milhão de hectares) da ANWR para arrendamento, revertendo as restrições impostas pelo governo do ex-presidente Joe Biden. A paisagem selvagem da ANWR, que abrange 19 milhões de acres, não possui estradas ou instalações públicas, mas estima-se que sua área costeira contenha até 11,8 bilhões de barris de petróleo recuperável.
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O secretário do Interior, Doug Burgum, destacou que a orientação do presidente Trump é liberar o potencial energético do Alasca, respeitando os compromissos com o estado e as comunidades locais. Ele afirmou que a reabertura da Planície Costeira e o avanço na infraestrutura essencial fortalecerão a independência energética e criarão empregos.
Arrendamentos e Reações
O departamento também restaurará os arrendamentos de petróleo e gás que foram cancelados para a Autoridade de Desenvolvimento Industrial e Exportação do Alasca. Essa agência estadual foi uma das poucas a participar do primeiro leilão de direitos de perfuração realizado pela ANWR no final do primeiro governo de Trump.
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Os sete arrendamentos concedidos em 2021 foram revogados pelo governo Biden em 2023, mas um juiz federal decidiu que o governo não tinha autoridade para cancelá-los. O governador do Alasca, Mike Dunleavy, elogiou a reabertura, considerando-a histórica e um cumprimento das promessas feitas ao estado.
Desafios e Críticas
A reabertura está alinhada com a promessa de Trump de promover o desenvolvimento energético doméstico, embora as empresas de petróleo e gás tenham demonstrado pouco interesse em investir na ANWR até o momento. O Departamento do Interior de Biden não recebeu propostas de empresas de energia no ano passado, mesmo após oferecer 400 mil acres, o mínimo exigido pela lei tributária de 2017.
Um grupo ambientalista do Alasca criticou a decisão do governo, afirmando que favorecer empresas de petróleo e gás em detrimento da preservação de uma área selvagem valiosa é preocupante. Kristen Miller, diretora executiva da Liga da Natureza do Alasca, afirmou que abrir toda a planície costeira do Refúgio Ártico para perfuração comprometeria uma das paisagens ecologicamente mais significativas do planeta.
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.












